De Maurício Mellone em outubro 17, 2016
Até 11 de dezembro acontece a 32ª Bienal de São Paulo- Incerteza Viva, no Pavilhão Ciccillo Matarazzo, no Parque do Ibirapuera. Com curadoria de Jochen Volz e com a colaboração de sua equipe de curadores (Gabi Ngcobo/África do Sul, Júlia Rebouças/Brasil, Lars Bang Larsen/Dinamarca e Sofía Olascoaga/México), a mostra conta com a participação de 81 artistas e coletivos, de 33 países. De acordo com o curador, a intenção desta vez é discutir as condições atuais de vida no planeta, em constante mudança, e as possibilidades oferecidas pela arte contemporânea para abrigar e habitar incertezas.
“Estamos buscando compreender diversidades, olhar para o desconhecido e interrogar aquilo que tomamos como conhecido. Entendemos os diferentes saberes do nosso mundo como complementares e não como excludentes”, afirma Jochen Volz.
Nos quatro pisos do Pavilhão da Bienal, o público encontra obras dos mais variados suportes, como telas, esculturas, instalações, vídeos, muitas delas com alto grau de interatividade, como a instalação de barro En forma de nosotros /Na forma de nós mesmos, da peruana Rita Ponce de Léon, em que a pessoa pode entrar e percorrer toda a obra (as crianças fazem a festa!).
Outra obra que chama muita a atenção é Dois pesos, duas medidas, da mineira Lais Myrrha: são duas torres imensas colocadas lado a lado, uma construída com materiais usados pelos indígenas e a outra com material das edificações contemporâneas. Sound Mirror/Espelho de som, do argentino Eduardo Navarro, também é um dos destaques: o visitante deve se sentar e colocar o ouvido num cano que sai até uma palmeira que fica no parque do Ibirapuera.
O curador da Bienal explica o conceito da mostra dizendo que a noção de incerteza faz parte de várias disciplinas (da matemática à astronomia, além da linguística, sociologia, biologia, antropologia e história) e com a arte não seria diferente: “A arte se alimenta da incerteza, do improviso, da especulação e ao mesmo tempo tenta contar o incontável ou mensurar o imensurável”, argumenta, para em seguida perguntar: “Não seria o caso de fazer com que os vários modos de pensar e de fazer arte pudessem ser aplicados a outros campos da vida pública? Aprender a viver com a incerteza pode nos ensinar soluções. Compreender o sentido da Incerteza Viva é manter-se consciente de que vivemos imersos em um ambiente por ela regido. A arte promove a troca ativa entre pessoas, reconhecendo incertezas como sistemas generativos direcionadores e construtivos”, conclui Jochen Volz.
A mostra tem ingressos gratuitos, com horários bem elásticos: das 9 h às 19 h, sendo que quintas e sábados o horário se estende até 22 h. Em cartaz até 11 de dezembro. Não perca!
Roteiro:
32ª Bienal de São Paulo- Incerteza Viva – participação de 33 países, 81 artistas. Pavilhão da Bienal, Pq do Ibirapuera, portão 3. Horários: terça, quarta, sexta, domingo e feriado das 9h às 19h; quinta e sábado das 9h às 22h (fechada segunda). Entrada franca. Temporada: até 11 de dezembro.
Fotos: divulgação
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