A Bilha Quebrada abre a comemoração de 21 anos da Cia Razões Inversas

De em janeiro 9, 2012

Montagem de fotos das quatro peças da mostra

Uma das companhias brasileiras de teatro mais premiadas acaba de completar 21 anos e nada melhor para comemorar do que encenar seus grandes sucessos. A Cia Razões Inversas — criada pelo diretor Marcio Aurelio e pelo ator Paulo Marcello, com Joca Andreazza e Renata Araújo no núcleo permanente — tem em seu repertório 18 espetáculos e nesta mostra escolheu quatro deles para representar a carreira do grupo. A mostra começou no último final de semana e permanece em cartaz até o dia 24 de março, sempre no Espaço Parlapatões. Acompanhe toda a programação pelo site da companhia: http://www.razoesinversas.com.br/

Quem quebrou a bilha é o autor do crime de estupro

 

 

Para dar o pontapé inicial desta festividade, a peça escolhida foi A Bilha Quebrada, de Heinrich von Kleist, que em 1993 projetou o grupo na cena teatral paulistana: receberam indicações aos prêmios Shell, Mambembe e Apetesp.
O texto é uma comédia e foi escrito no início do século XIX, sendo montado pela primeira vez por Goethe, em 1811. Tudo se passa na sala de um tribunal de uma pequena cidade da Holanda. Na montagem de Marcio Aurelio, o público entra e já está em cena o protagonista da trama, o juiz Adão, vivido por Joca Andreazza, um velho careca, com ataduras no pé e ferimentos na cabeça. O juiz manda e desmanda no vilarejo e pouco se importa com as consequências de seus atos. No entanto, é surpreendido com a chegada do corregedor Walter (Paulo Marcello), que vem com o intuito de fiscalizar a jurisdição local. O primeiro caso a ser julgado é o de uma parteira que exige que se puna o responsável pela quebra de sua bilha de estimação.
Os fatos são relatados diante do corregedor e o trunfo do texto é que a bilha é usada como metáfora: na verdade o que está em julgamento é o crime de estupro que a camponesa Eva sofreu; na fuga, o criminoso derrubou a bilha e tudo vem à tona por causa dela. Com a reconstituição dos fatos, pouco a pouco o público percebe que Adão julga o próprio crime.

Joca Andreazza é o juiz Adão e Washington Gonzales o escrivão

 

 

Além de um texto — traduzido e adaptado pela companhia — muito bem articulado e irônico, o destaque da montagem é a interpretação visceral de Joca Andreazza.

Fotos: Denise Braga


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