A Pele que Habito: filme de Almodóvar deve estrear aqui em outubro

De em setembro 14, 2011

Carlos Maco Mendonça, professor-doutor da UFMG

Mais uma participação especial aqui no Favo do Mellone. O meu fraterno amigo Carlos Maco Mendonça, jornalista e professor-doutor da UFMG, está concluindo mais uma etapa de sua carreira acadêmica em Madrid, Espanha, e teve a chance de conferir a estreia do mais recente filme de Pedro Almodóvar por lá, depois de sua exibição no Festival de Cannes. E temos agora a grata satisfação de conferir suas impressões sobre o filme. Maco, meus mais sinceros agradecimentos e envie-nos sempre de primeira mão tudo o que de valioso estiver ocorrendo por aí e possa ser do interesse dos leitores desse blog.

Antonio Banderas vive o médico Robert Ledgard que rapta Vicente (Jan Cornet)

Dizer que A Pele que Habito (La Piel que Habito) é um thriller de Pedro Almodóvar sem dúvida é forçar muito a barra. O novo filme do aclamado diretor espanhol não traz nada de novo e provocou um debate acalorado entre seus seguidores. Junte Kika, Ata-me, A Lei do Meu Desejo, Antonio Banderas e Marisa Paredes e terá como resultado esse mais recente produto de Almodóvar.
Inspirado na literatura do francês Thierry Jonquet, a obra é esteticamente bem cuidada, entretanto a direção lança mão dos mesmos elementos dramáticos de sempre. Aliás, na minha humilde opinião, ele está mais para um drama ou um melodrama que para um thriller. O próprio Almodóvar disse em várias entrevistas que não gostaria de classificar o filme em algum gênero. Para ele, o público deveria fazê-lo.
A Pele que Habito
marca a volta de Antonio Banderas aos filmes de Almodóvar. Banderas interpreta um médico, Robert Ledgard, especialista em transplante de face e pele que rapta o jovem Vicente (Jan Cornet) e começa a transformá-lo em uma mulher. Algo parecido com Dr. Frankenstein construindo um corpo a partir de uma vingança pela morte da filha. Vicente é transformado em Vera (Elena Anaya). Dr Ledgard mantém Vera como refém em sua casa, com a ajuda de sua mãe (Marisa Paredes). A maternidade é um dos pontos frágeis do roteiro. Ela teve outro filho, o brasileiro Zeca (Roberto Álamo), uma personagem bastante perturbada. A pesar de sua rápida passagem pelo filme, Zeca conseguiu contrair o ódio dos fãs de Almodóvar. Seria o nome uma homenagem ao filho de Caetano Veloso?
As cenas da clausura depois do rapto de Vicente lembram a literatura de Anne Rice, quando o vampiro Armand é raptado da casa de Marius e mantido preso e esfomeado. Claro que o banho de mangueira que Dr. Ledgard dá em Vicente parece um editorial de Calvin Klein: um menino lindo, sujo, de cueca e camiseta branca.

Depois de vinte anos, Almodóvar volta a filmar com Banderas

O roteiro tem uma grande quantidade de pontas soltas e em alguns momentos falhas primárias. Os recursos expressivos são os de sempre: a violência, o sexo, a dualidade dos sentimentos. Apesar dos vícios, vale ver.

Carlos Maco Mendonça


2 Comentários

Rodrigo Laufen

fevereiro 27, 2012 @ 00:20

Resposta

O único filme de almodovar que assisti foi ”Má educação” (La mala educación-2004) e apesar de ter mesmo muitas coisas ”forçadas” é um ótimo filme

Maurício Mellone

fevereiro 27, 2012 @ 14:17

Resposta

Rodrigo:
Aproveite que vc gostou de “Má Educação” e procure conhecer outros filmes de Pedro
Almodovar, um dos grandes cineastas espanhois do nosso tempo. O já clássico “Mulheres
à Beira de um Ataque de Nervos”, “Ata-me”, “Fale com Ela”, “Tudo sobre Minha Mãe” são alguns
das grandes e encantadoras produções de Almodovar!
abr e venha sempre fazer uma visita!

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