A Viagem de Lucia, um olhar sensível para o universo feminino

De em setembro 12, 2011

Sandra Ceccarelli emociona ao dar vida a Lucia

Num lançamento da distribuidora brasileira Festival Filmes, acaba de chegar ao país mais um ótimo representante da recente safra argentina de cinema, desta vez numa coprodução com a Itália: A Viagem de Lucia (La Llamada / Il Richiamo), com direção de Stefano Pasetto, que divide a autoria do roteiro com Verônica Cascelli.  Ambientado em Buenos Aires, o filme inicia mostrando, de forma alternada, o cotidiano de duas mulheres de temperamentos opostos. Lea (Francesca Inaudi) é uma jovem que trabalha na linha de produção de uma empresa que comercializa frangos. Alegre, espontânea e de bem com a vida, Lea suporta o ambiente hostil do trabalho pois aguarda uma resposta de emprego de seus sonhos: trabalhar na Patagônia com biólogos que pesquisam a vida marinha. No extremo oposto, Lucia, brilhantemente interpretada por Sandra Ceccarelli, é uma comissária de bordo de meia-idade que procura engravidar do marido, um médico alergista. Mas ela vive um período difícil: com diagnóstico de câncer e o marido tendo um caso com a secretária, Lucia anda triste, depressiva e melancólica. O encontro delas se dá quando Lucia aceita ser professora de piano de Lea, o que irá transformar a vida de ambas.

Francesca Inaudi é a alegre e libertária Lea

Além da diferença de idade e de condições de vida, Lucia e Lea enxergam o mundo de maneira diametralmente oposta. Uma é solta, desinibida e feliz e a outra é austera, fechada e infeliz. Aos poucos a jovialidade e o modo simples e alegre de viver de Lea vão contagiando Lucia, que ao saber do sombrio futuro que o marido lhe propunha (internar-se para se tratar), revolve seguir seu coração. Procura Lea e, sem palavras, a beija apaixonadamente. O carinho e atração entre elas vêm à tona e, juntas, partem para Patagônia.
Num barco abandonado, presente do pai de Lea, ambas iniciam nova fase; juntas remodelam a embarcação e, sem saber, vão remodelar também suas vidas. Lea realiza- se com o novo trabalho, mas vem à tona sua insegurança emocional: não consegue manter uma vida a dois, sente-se presa ao lado de outra pessoa — com Lucia, repete o drama vivido com o namorado que deixou em Buenos Aires. Por sua vez, Lucia usa o momento para se reciclar, tanto fisicamente (mudança radical de visual) como internamente.

Lucia e Lea: mulheres de temperamentos opostos que o destino as modifica

A verdadeira Viagem de Lucia é para dentro de si mesma. Ela se reencontra, se rejuvenesce e tem nova chance de vida.
Trama sensível, com uma narrativa ágil e envolvente que busca elucidar o complexo e rico universo feminino.

Fotos: Divulgação


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