Filme: Alabama Monroe, foto 1

Alabama Monroe: candidato belga ao Oscar de melhor filme estrangeiro

De em janeiro 20, 2014

Filme: Alabama Monroe, foto 1

Elise (Veerle Baetens) passa a ser a vocalista da banda do companheiro Didier (Johan Heldenbergh)

A festa de cerimônia de entrega do Oscar 2014 será em pleno domingo de Carnaval, dia 02 de março. Mesmo que alguns dos principais indicados ainda não tenham estreado no Brasil, há dois candidatos a melhor filme estrangeiro em cartaz na cidade: além do italiano A Grande Beleza, acaba de estrear o representante da Bélgica Alabama Monroe (The Broken Circle Breakdown), do diretor Felix Van Groeningen, que assina o roteiro ao lado do ator do filme Johan Heldenbergh, Mieke Dobbels e Carl Joos.
A história de amor entre o caubói Didier (Johan Heldenbergh), vocalista de uma banda de bluegrass, e a tatuadora Elise (Veerle Baetens) é contada de forma não linear, com idas e vindas  na linha do tempo, o que faz com que o espectador fique atento para construir toda a teia dramática entre o casal. A chegada da Maybelle (Nell Cattrysse) altera radicalmente a vida deles: se no início não planejaram a gravidez, a graciosidade dela aproxima ainda mais Didier e Elise. No entanto, a grave doença da menina acarreta sequelas intransponíveis ao casal e as diferenças entre eles ficam cada vez mais nítidas e perturbadoras.

Filme: Alabama Monroe, foto 2

Apesar das diferenças, Elise e Didier vivem tórrida vida amorosa

Como afirmam os especialistas, a paixão encobre as diferenças entre os amantes, que ficam cegos. Em Alabama Monroe esta máxima é mais do que verdadeira: Didier é um caubói ateu, que vive no campo e age de maneira pragmática diante do mundo; já Elise é uma mulher urbana, dona de uma casa de tatuagem, e é religiosa e mística. Estas diferenças brutais se atenuam a partir do momento em que eles se apaixonam: ela não se incomoda de viver no trailer, que fica encostado no rancho de Didier, e ele, por sua vez, não se perturba com as inúmeras tatuagens no corpo da amada e a religiosidade dela. O nascimento de Maybelle une ainda mais o casal: ele ao saber da gravidez de Elise, providencia rapidamente a construção de uma casa para a família morar e ela começa a ser a vocalista da banda, em que Didier toca banjo. A grave doença de Maybelle também aproxima o casal: eles fazem de tudo para tornar o doloroso tratamento da garota o mais leve possível.
Entretanto, com a morte da menina tudo se transforma: cada um deles tem uma reação diversa diante do horror. Se ele tenta se conformar racionalmente, Elise se desespera e apela para o místico e sobrenatural para suportar a perda. Neste instante, as visões de mundo antagônicas (ciência, religião, política) afloram e passam a ser determinantes para o futuro da vida do casal.

Filme: Alabama Monroe, foto 3

Cartaz do filme dirigido por Felix Van Groeningen

 

O grande destaque de Alabama Monroe é para a excelente interpretação dos dois atores: como a trama transcorre de forma não linear, o espectador percebe a mudança do tempo por meio da atuação do casal e a sutileza da mudança de olhar entre eles. A música, assinada por Bjorn Eriksson, é outro elemento fundamental na trama: as letras se encaixam aos dramas e alegrias por que vivem Elise, Didier e Maybelle.
História tocante. Na minha opinião, dificilmente levará o Oscar, por duas razões: primeiro por fazer uma crítica feroz aos EUA e segundo, porque seu concorrente direto, A Grande Beleza, é de longe muito superior. Vá conferir!

 

 

 


Fotos: divulgação


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