Claudia Raia retoma temporada do musical Cabaret

De em janeiro 13, 2012

Claudia Raia na pele da bailarina de cabaré Sally Bowles

Depois das festas de final de ano e em pleno mês de aniversário, a cidade de São Paulo aos poucos retoma sua verdadeira vocação, a de ser propagadora da efervescente produção cultural brasileira. Ontem o Teatro Procópio Ferreira abriu suas portas para o reinício da temporada 2012 do musical Cabaret, que deve ficar na cidade até o Carnaval, desembarcando em seguida no Rio.
A estrela Claudia Raia lidera um grupo de 80 profissionais, entre atores, bailarinos, músicos e técnicos, para contar a história de Sally Bowles, uma artista de cabaré, que vive na Berlim dos anos 30 e assiste a ascensão do nazismo. Da total liberdade de costumes — nas primeiras décadas do século XX a capital alemã viveu o período de maior tolerância da história com relação à homossexualidade— ao horror da repressão e extermínio de judeus e gays. Este o pano de fundo do musical, que foi imortalizado no cinema por Bob Fosse, tendo Liza Minnelli no papel da bailarina Sally.
Cabaret, com texto de Joe Masteroff, música de John Kander e letra de Fred Ebb, foi encenado pela primeira vez há 45 anos. Já esta versão brasileira é assinada por Miguel Falabella e é dirigida por José Possi Neto.
A história, baseada no livro de Christopher Isherwood, se passa em 1931, na decadente casa noturna berlinense Kit Kat Club e conta o envolvimento emocional entre a inglesa Sally e o escritor americano Cliff Bradshaw (Guilherme Magon). Ele chega à cidade, vindo de Paris, para escrever seu romance e em sua primeira noite passa a virada de ano do cabaré onde Sally trabalha. A bailarina salta de seu camarim para o modesto quarto de pensão do escritor num estalar de dedos. A química entre eles é imediata, mesmo ela não interrompendo sua fogosa vida sexual e ele mantendo casos fortuitos com rapazes. Assim como a economia da Alemanha dos anos 30, o casal vivia em precária situação: ele de algumas aulas de inglês e ela do mísero cachê até ser demitida do cabaré. Cliff, cooptado por um agente do partido de Hitler, faz uns contrabandos, mas ao saber dos objetivos da agremiação se recusa a continuar esta atividade clandestina. Tudo piora com a gravidez de Sally e a ascensão do partido nazista. A trama faz um contraponto entre a conturbada união de Sally e Cliff e a revolução social na Alemanha (e posteriormente na Europa e no mundo com a deflagração da 2ª Grande Guerra).

Jarbas Homem de Mello, o mestre de cerimônia, e Guilherme Magon, o escritos Cliff, dividem a cena com Claudia/Sally

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Confesso que musical não é gênero que mais aprecio — cansa-me o fato de, a qualquer tipo de ação dramática, a música ser o instrumento. No entanto, Cabaret é um clássico e Claudia Raia se cercou de profissionais da mais alta competência. É uma superprodução: além dos 80 profissionais envolvidos, o musical conta com 150 figurinos e 40 perucas (criados por Fábio Namatame) e um cenário, assinado por Chris Aizner e Renato Theobaldo, de sete toneladas! A iluminação, de Paulo César Medeiros, é um dos destaques: de grandes efeitos trabalha em perfeita sintonia com a cenografia. Ressalto ainda a direção musical e vocal de Marconi Araújo (regência de Beatriz de Luca) e as coreografias de Alonso Barros, tudo sob a batuta do criativo José Possi Neto.
O talento da atriz e bailarina Claudia Raia é inconteste: ela brilha mais uma vez no musical que acalentou realizar por muito tempo. Ouso a dizer que se Cabaret ficou imortalizado no cinema por Liza Minnelli, nos palcos brasileiros será sempre lembrado pela radiosa performance de Claudia Raia. O bailarino Jarbas Homem de Mello, na pele do mestre de cerimônia MC, é outro grande trunfo do musical. Destaque ainda para a atuação de Liane Maya e Marcos Tumura, que interpretam a alemã e o judeu que se apaixonam na Alemanha pré-Hitler.

Fotos: Divulgação


4 Comentários

thiago

abril 23, 2012 @ 08:40

Resposta

Bom dia. Será que é possivel conseguir o facebook dos dançarinos? Obrigado. Thiago.

Maurício Mellone

abril 23, 2012 @ 20:44

Resposta

Thiago:
Não sei te informar, ainda mais agora q o musical não está mais
em cartaz em Sampa (devem estar no Rio).
Boa sorte
abr

aline

janeiro 13, 2012 @ 18:32

Resposta

Mau, tive o prazer de ver o espetáculo junto com vc. O figurino estava maravilhoso. As soluções de cenários, incríveis. O trabalho da Claudia Raia, já conheço há muito tempo, e o que dizer? Um deleite pra quem ama musicais como eu. Mas preciso destacar o trabalho do Jarbas Homem de Mello, que não conhecia e que me deixou estarrecida! O cara é um profissional completo! Além de ser lindo!!!!!!! Amei tudo! Agora, que não entendi os telões laterais em PB… não entendi… rsrsrsrs

Maurício Mellone

janeiro 16, 2012 @ 14:43

Resposta

Aline:
Por mais q tenhamos comentado o musical logo ao sair do Teatro, sempre é
bom saber a opinião das pessoas a respeito de qualquer produção artística.
Sei de sua paixão com o gênero musical e agora os leitores do Favo tb sabem!
Comentamos sobre a falta de função dos dois telões laterais: continuo achando
q ao invés de contribuir com a narrativa, causa dispersão….. Mas não comprometeu
o resultado, por isso não quis comentar na resenha.
bjs e até a próxima sessão juntos!

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