Peça: Dark Room, foto 1

Dark Room: humor e drama se misturam em nova peça de Mário Viana

De em dezembro 1, 2016

Peça: Dark Room, foto 1

Murillo Carraro, Eduardo Martini e Patrícia Vilela interpretam personagens que têm uma misteriosa relação

Tudo poderia ser uma grande brincadeira, uma comédia rasgada sobre o mundo das drags e transformistas. No entanto, Mário Viana na peça Dark Room, em cartaz no Teatro Augusta até o dia 18 deste mês, mescla humor com pitadas de drama e questões sérias sobre relacionamento.
A trama toda se passa num quarto escuro em que uma drag queen aposentada chega para atender a um anúncio publicado por um rapaz, que deseja contratar os seus serviços. Um misto de estranhamento e mistério se estabelece entre os dois, que aos poucos desvenda um passado encoberto até então. Com Eduardo Martini, Murillo Carraro e Patrícia Vilela.
Uma marca na obra do dramaturgo Mário Viana está presente neste novo trabalho, ou seja, a sua facilidade em misturar situações cômicas com temas mais sérios e contundentes. Aqui Shirley Pão na Chapa, a drag vivida por Martini, chega ao endereço indicado pensando que seria contratada para um novo trabalho. Mas Wesley, o rapaz interpretado por Carraro, quer receber aulas para se tornar uma nova drag queen. Shirley estranha o pedido e diz que não tem competência para ser uma professora, mas o jovem insiste e ela começa a testá-lo. Vendo que o moço não tem qualquer talento para a profissão, ela se revolta e ameaça ir embora, mas é convencida a se ‘montar’ (transformar-se na personagem dos palcos) e faz uma pequena apresentação.
A plateia, assim como Shirley, percebe que há algo por trás do convite de Wesley e aos poucos a verdade vem à tona, quando o rapaz relembra seu passado com a mãe (Patrícia), já falecida, que trabalhou como garçonete na mesma boate que Shirley.

Peça: Dark Room, foto 2

Montagem dirigida por Aimar Labaki

Além de mesclar comédia e drama, Viana trabalha em dois planos, o real com a drag e seu discípulo e o imaginário entre Wesley, sua mãe e Shirley. É exatamente neste momento que há um descompasso na montagem: há cenas em que os dois planos ficam bem definidos e há outros em que não fica clara esta divisão, transparecendo certa inadequação ou equívoco.

Destaque para a atuação de Eduardo Martini (responsável também pelo figurino), que sabe dosar o lado dramático e solitário de seu personagem com a performance requintada e bem produzida da drag.

 

 

Fotos: Rinaldo Martinucci


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