Entrevista: Elder Fraga, foto 1

Elder Fraga: premiado diretor de cinema produz novo longa-metragem

De em dezembro 18, 2019

Entrevista: Elder Fraga, foto 1

Elder Fraga e os prêmios de seu primeiro longa-metragem

Em entrevista exclusiva ao Favo, o ator e cineasta Elder Fraga fala de sua carreira profissional, que começou nos palcos como ator (participou de 13 espetáculos) e hoje, aos 44 anos (completa 45 em fevereiro), coleciona dezenas de prêmios como diretor de cinema; dos sete curtas-metragens que dirigiu, Elder acumula 31 prêmios e do seu primeiro longa-metragem SP- Crônicas de uma cidade real já faturou 17 premiações.

Mesmo atualmente se dedicando mais ao cinema, Elder nunca se afastou do teatro, tanto que até hoje faz parte do elenco do espetáculo infantil As aventuras de Urashima Taro, do Paulo Rogério Lopes. E com sua experiência adquirida com os filmes, ele hoje também produz espetáculos teatrais: neste ano produziu Rio Grande, peça de Sergio Mello, com Ricardo Gelli e o infantil Tatianices, sobre a escritora Tatiana Belinky.
Acompanhe a seguir a entrevista completa.

Favo- Fale um pouco sobre sua origem e como chegou a São Paulo.

Elder Fraga- Nasci em Ituporanga, interior de Santa Catarina; meu pai trabalhava em uma grande construtora civil e a gente não parava em lugar nenhum. Mas minha família toda é carioca e por isso me considero carioca. Em 1997, quando cheguei em São Paulo, jamais poderia imaginar a minha carreira como é hoje. Em fevereiro faço 45 anos e estou muito feliz com esse momento que começa a se desenhar, que venham voos maiores em 2020. GRATIDÃO SEMPRE!!!

 

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Elder em sua estreia no teatro, Barrela


Favo-
Seu início profissional foi como ator, em teatro. De quantas peças participou?

EF- Minha estreia aconteceu em grande estilo, fiz Barrela do mestre Plínio Marcos, com quem tive o prazer de trabalhar, e direção do grande Sérgio Ferrara, de quem depois virei sócio. Esse espetáculo foi um presente na minha vida e carreira. A partir daí não parei mais, trabalhei com os maiores diretores do país: Sérgio Ferrara, Esther Góes, Antônio de Andrade, Maurício Marques, Marcelo Marcos Fonseca, Bete Dorgam, dentre outros. Ao todo foram 13 espetáculos como ator.

Favo- Faz tempo que não sobe ao palco como ator?

EF- Meu trabalho mais recente como ator, em espetáculo adulto, foi em 2004, Hécuba de Eurípides com direção da Esther Góes. Mas no teatro infantil tenho um trabalho de mais de 20 anos, levando espetáculos sobre mitos e lendas; ainda hoje faço As aventuras de Urashima Taro, do Paulo Rogério Lopes. São mais de 11 anos fazendo esse espetáculo, só esse ano, fizemos cinco apresentações.

 

 

 

 

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O ator ao lado de Esther Góes em Hécuba

Favo- Hoje você também é produtor teatral. Quais os próximos trabalhos?


EF-
Em 2019 foram duas produções muito especiais. Na peça Rio Grande fui convidado pelo ator Ricardo Gelli a produzir a temporada, só depois conheci o diretor e autor da peça Sérgio Mello; foi um encontro incrível. O Gelli inclusive recebeu a indicação da APCA de melhor ator desse ano. Pretendemos voltar em 2020.
Já o infantil Tatianices é a nossa homenagem à grande escritora Tatiana Belinky no ano do seu centenário. O dramaturgo e ator Marcello Airoldi construiu um texto que faz jus a Tatiana e o resultado foi maravilhoso, sensível. Em 2020 também vamos voltar para novas temporadas. O espetáculo foi indicado na premiação Melhores de 2019 do Guia da Folha de S.Paulo.
Em meados de janeiro vamos estrear no circuito Recreio nas Férias, um grande sucesso do nosso repertório A lenda do cigano e o gigante, que tem texto do Paulo Rogério Lopes e direção do Kleber Montanheiro e no elenco grandes atores como Joaz Campos, Ricardo Gelli, Erika Altimeyer e Carlos de Niggro.

 

 

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Rio Grande, peça com Ricardo Gelli

Favo- No cinema você também começou como ator em curtas?

EF- Comecei atuando em curtas e participei ao todo de 22 filmes.  Nesse período também trabalhei com feras que hoje estão fazendo muito sucesso na TV e cinema, como Sérgio Guize, Júlio Machado, Rafael Losso, Suzana Alves, Giulio Lopes, Milhen Cortaz, Renata Gaspar, Flávia Garrafa, dentre outros.

Favo- Como diretor, sua estreia foi em 2010 com o curta-metragem O Último Dia?

EF- Sim, essa foi minha primeira aventura na direção e roteiro. Foi incrível realizar esse filme, que me deu muita força para continuar; tive a sorte de ter grandes profissionais ao meu lado nesse primeiro projeto e um elenco só de amigos, José Roberto Jardim, Rafael Losso, Ricardo Gelli, Júlio Machado e tantos outros amigos que me ajudaram e apoiaram para fazer esse filme acontecer. Este curta recebeu seis prêmios e está disponível no meu canal do YouTube Elder Fraga.

 

 

 

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Júlio Machado e Rafael Losso no curta O último dia

Favo- Já dirigiu sete curtas-metragens e recebeu 31 prêmios (incluindo melhor direção para Ser ou não ser  em 2017 no Festival Curta Suzano, Alto Tietê). Qual a importância dos prêmios? Reconhecimento pelo trabalho ou o prêmio funciona como vitrine e propulsor da produção?

EF- O prêmio não deve ser o foco, ele vem como resultado do trabalho árduo e bem feito. Sempre foi assim comigo, sabe aquele trabalho de formiguinha? Coloco os filmes em muitos festivais, eles têm de ser vistos, é para isso que fazemos. Então luto muito pelos meus filmes, porque a equipe e o elenco esperam isso de mim e faço com muito amor. Pena que o prêmio no Brasil não é sinônimo de fechar novos projetos, uma pena. Quando você vai iniciar o próximo projeto, tem de começar do zero, com as mesmas dificuldades! Isso é muito triste em nosso país. Já ganhei sete prêmios de direção e isso mostra que estamos no caminho certo, no total temos 47 prêmios e 38 indicações.

 

 

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Cartaz do primeiro longa-metragem do diretor

Favo- Com o seu primeiro longa-metragem (SP – Crônicas de uma cidade real) você recebeu 17 prêmios: qual a importância desse filme na sua carreira?

EF- Esse sem dúvida nenhuma é até agora o projeto da minha vida, tenho uma enorme GRATIDÃO a todos que fizeram parte desse primeiro longa-metragem. Consegui ter uma equipe de primeira, que se esforçou ao máximo e um elenco que não tenho nem palavras para descrever. Quantos atores maravilhosos que toparam fazer parte desse sonho, muitos pediram para estar junto e isso não tem preço. Até hoje recebemos 17 prêmios para um filme independente, que correu os festivais independentes e saiu vencedor! Isso realmente foi incrível.

Favo- Quais os prêmios que o filme ganhou?

EF-
Acabamos de participar do 2º OFFCINE19 de Varginha/ MG e recebemos seis prêmios (diretor, ator- Rubens Caribé, ator coadjuvante-Rui Ricardo Diaz, fotografia, montagem e figurino). No 2º Festival de Jaraguá do Sul/ SC saímos com os troféus de filme e direção. No Take Único – Festival Internacional de Cinema de Ubá/MG vencemos filme, atriz – Gabriela Wazlawick e produção.
No Phenomena Festival, que aconteceu aqui em São Paulo, fui escolhido como melhor diretor. No LABRFF Los Angeles Brazilian Festival (Los Angeles/ EUA), Rui Ricardo Diaz foi escolhido ator coadjuvante. No 5º Festival Brasil de Cinema Internacional/RJ, ganhamos os prêmios de melhor filme, ator- Rubens Caribé e produção. Ganhamos também em Sevilha/Espanha o prêmio de efeitos especiais no NIAFFS 2018.

 

Favo- Em quais plataformas o filme já está disponível?

EF- O filme acabou de chegar nas plataformas digitais para todo Brasil e tem distribuição da O2 Play, que acreditou no filme. Os interessados podem assistir na Google Play – Looke –  Now –  Vivo Play – iTunes. É só conferir.

 

 

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Cartaz do documentário que estreia em 2020

Favo- Seu segundo longa-metragem O artista e a força do pensamento é um documentário sobre o coreógrafo Marcos Abranches, que tem paralisia cerebral?

EF- Sim, é um grande desafio contar a história do Marcos Abranches. Além de ser meu amigo, sou grande fã de seu trabalho. Então é muito gostoso trabalhar nesse filme. Já estamos montando e está ganhando corpo a cada dia. Meu sócio nesse filme é o Cauê Angeli, que assina também a fotografia e monta junto comigo ao lado do Tomires Ribeiro. Sem falar que temos o experiente Eduardo Rodrigues no som direto. Nossa previsão é de lançar no primeiro semestre de 2020.

Favo- Quem assina o roteiro? Como será o documentário?

EF- Eu assino o roteiro, fiz uma extensa pesquisa com a colaboração do próprio Marcos. O filme vai explorar e aprofundar a vida e obra do dançarino e coreógrafo Marcos Abranches. A ideia do documentário é mostrar que a pessoa e o artista caminham juntos e levam uma vida normal. Vamos mostrar o dia a dia dele, com a família e seu trabalho no palco; as obras criadas e coreografadas pelo Marcos, como Corpo sobre tela, Forma de ver, Avessos, O Grito e O canto dos malditos também estarão neste documentário. Também vamos mostrar sua carreira internacional, mostrando sua passagem por Berlin/Alemanha, Madrid/Espanha, Assunção/Paraguai, La Paz/Bolívia e Bogotá/Colômbia. Dentre os convidados especiais que darão depoimentos sobre a obra dele, irão participar Sandro Borelli (coreógrafo, diretor artístico da Cia Carne Agonizante), Iara Biderman (jornalista e crítica de dança), Inês Bogéia (diretora da São Paulo Companhia de Dança), Luís Ferron (diretor do Núcleo Luís Ferron), Solange Borelli (gestora e produtora cultural), Gal Opido (fotógrafo), Ivam Cabral (cofundador da Cia. de Teatro Os Satyros e diretor executivo da SP Escola de Teatro). Aguardem!

 

Entrevista: Elder Fraga, foto 8

O diretor filmando o documentário sobre Marcos Abranches

Fotos: divulgação/arquivo pessoal

 


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