Filme: Entre Irmãs, foto 1

Entre Irmãs: filme de Breno Silveira retrata o cangaço nos anos 1930

De em outubro 17, 2017

Filme: Entre Irmãs, foto 1

Marjorie Estiano e Nanda Costa vivem as irmãs Emília e Luzia

Diretor de grandes sucessos de bilheteria — Dois filhos de Francisco/05 sobre a vida da dupla Zezé Di Camargo e Luciano e Gonzaga: de pai pra filho/12 sobre a trajetória do rei do baião —, Breno Silveira em Entre Irmãs mais uma vez se volta ao drama familiar. Com roteiro de Patrícia Andrade, o filme é uma adaptação do romance da pernambucana Frances de Pontes Peebles, A costureira e o cangaceiro, que relata a vida de duas irmãs que foram separadas pelo destino.
Depois da morte dos pais, Luzia, vivida por Nanda Costa, e Emília, interpretada por Marjorie Estiano, foram criadas pela tia Sofia (Cyria Coentro), que as educou e ensinou o ofício de costureira; no entanto com a chegada dos cangaceiros liderados por Carcará, vivido por Júlio Machado, em Taquaritinga do Norte/PE nos anos 1930, Luzia segue com o bando, enquanto Emília, depois da morte da tia, casa-se com Degas (Rômulo Estrela) e vai morar em Recife, frequentando a alta sociedade pernambucana. Mesmo vivendo separadas, elas sabem que uma só tem a outra nesta vida.

Filme: Entre Irmãs, foto 2

Júlio Machado interpreta o jagunço Carcará

A primeira parte do filme é dedicada à infância das meninas, quando Luzia sofre um acidente e fica com problema em um dos braços. Já adultas, o espectador percebe a diferença de temperamento entre elas: enquanto Emília é romântica, sonha com o príncipe e deseja ganhar o mundo, Luzia é retraída e não acredita no amor. A chegada de Carcará transforma tanto a vida daquele vilarejo como a das duas irmãs: depois de invadir fazendas e provocar o horror, o jagunço quer que Sofia e as sobrinhas façam uniformes novos para a tropa. Ao final, para livrar os moradores do vilarejo da morte, Carcará exige que Luzia siga com eles. A garota aceita a imposição e parte para o cangaço, deixando para trás a vida bucólica ao lado da tia e da irmã. Já Emília a princípio se entristece por ter de cuidar de Sofia, mas a tia não aceita a perda da sobrinha e morre logo. A garota, então, aceita se casar com Degas e se muda para Recife, onde começa a frequentar a alta sociedade local. Entretanto, o casamento não é o dos seus sonhos — o marido tem segredos íntimos e a sogra é extremamente exigente — e Emília tem de se contentar com seu destino. Paralelamente, Luzia se adapta à vida do cangaço, se apaixona por Carcará e eles têm um filho, mesmo vivendo entre acirradas batalhas pelo sertão nordestino.

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Na cidade, Emília (Marjorie) torna-se amiga de Lindalva (Letícia Colin)

A trama, com quase três horas de duração, corre sempre em paralelo, mostrando de um lado a vida urbana de Emília e de outro as dificuldades da trajetória de cangaço de Luzia. Mesmo separadas, as irmãs mantêm o forte laço afetivo, realçado na cena em que ambas leem no jornal notícias sobre suas vidas. O reencontro delas é comovente. Breno Silveira imprime sua marca emotiva e melodramática neste épico sobre o NE brasileiro, com excelentes interpretações de Nanda Costa e Marjorie Estiano. Destaque ainda para a atuação de Júlio Machado como cangaceiro e a participação de Cláudio Jaborandy, Cyria Coentro e Angelo Antonio. O filme deve repetir as grandes bilheterias das outras produções do diretor, apesar dos longos 166 minutos de projeção.

Fotos: divulgação


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