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Hedda Gabler: texto clássico de Ibsen ganha versão de Marcio Macena

De em junho 24, 2019

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Mel Lisboa interpreta personagem título desta peça escrita em 1891

Como é sempre enriquecedor ter acesso aos clássicos da literatura mundial. É o caso de Hedda Gabler, peça escrita em 1891 pelo norueguês Henrik Ibsen, que A Não Cia de Teatro, liderada pelo diretor Marcio Macena, adaptou e apresenta no Espaço Parlapatões.

Uma das mais complexas personagens femininas da história do teatro universal é revivida pela atriz Mel Lisboa, que divide o palco com Carol Carreiro, Dudu Pelizzari, Samuel de Assis, Rafael Maia e Yael Pecarovich. Mesmo antes de se falar em feminismo, Ibsen neste texto já discutia o papel da mulher na sociedade.

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Rafael Maia, Mel e Carol Carreiro vivem misterioso triângulo amoroso

 

Graças ao pé direito alto do teatro, a iluminação e o gelo seco em profusão criam o ambiente ideal para a condução da bem articulada trama de Ibsen, envolvendo o público desde o início. E o significado literal da palavra trama (fios que se entrelaçam) se encaixa perfeitamente em Hedda Gabler: a partir da introdução, o espectador se vê ‘enredado’ naquela história.

A governanta Berte, vivida por Yael, é quem dá o mote inicial, contando que os patrões Jorgen e Hedda (Pelizzari e Mel) acabaram de chegar da viagem de lua de mel. Ela está grávida, mas não quer que ninguém saiba e seu marido espera pela nomeação a uma cadeira na universidade. No entanto Jorgen terá de disputar a vaga justamente com Ejlert Lovborg (Maia), um antigo admirador de Hedda e que vem sendo auxiliado em suas teses por Thea Elvsted (Carol), que abandonou o marido para acompanhar o amante. O juiz Brack (Assis), que se encanta por Hedda, é assíduo frequentador da mansão dos recém-casados, além de ser um perspicaz observador dos intrincados acontecimentos vividos por este grupo de amigos; Brack fará de tudo para se aproximar cada vez mais de Hedda, que atenta a tudo não se deixa abater ou se submeter a chantagens. Enredo repleto de intrigas, traições, amor e ódio.

“Minha escolha parte para uma encenação atemporal, com uma simplicidade exigida ao trabalharmos com a grandeza do texto de Ibsen. O texto trata de feminismo, palavra que nem existia na época que a peça foi escrita, e que a figura da Hedda traz com tanta força. Quem diria que um texto escrito no século XIX seria tão atual”, indaga Marcio Macena.

Com tradução de Leonardo Pinto Silva, a peça ganha esta dinâmica contemporânea graças à adaptação da companhia, liderada por Macena, que assina ainda cenário em parceria com Morena Carvalho e figurino, com Carol Badra. A iluminação e a trilha são elementos fundamentais para condução da narrativa. Destaque ainda para a versatilidade de Mel Lisboa, que defende com firmeza uma personagem tão emblemática, e para a atuação de Carol Carreiro e Samuel de Assis. Confira, a temporada se estende até final de julho.

 

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Carol e Mel: sintonia em cena

Roteiro:
Hedda Gabler. Texto: Henrik Ibsen. Tradução: Leonardo Pinto Silva. Direção: Marcio Macena. Elenco: Mel Lisboa, Samuel de Assis, Dudu Pelizzari, Rafael Maia, Carol Carreiro e Yael Pecarovich. Adaptação: A Não Companhia de Teatro. Assistentes de direção: Glaucia da Fonseca e Renan Paini. Iluminação: César Pivetti e Vânia Jaconis. Cenário: Márcio Macena e Morena Carvalho. Figurino: Márcio Macena e Carol Badra. Visagismo: Dicko Lorenzo. Trilha original: Márcio Guimarães. Fotografia: Hudson Senna. Produção executiva: Daniela D’agostino. Designer gráfico: Pietro Leal.
Serviço:
Espaço Parlapatões (96 lugares): Pr. Franklin Roosevelt, 158, tel. 11 3258-4449. Horários: sexta e sábado às 21h e domingo às 20h. Ingressos: R$ 50 e R$ 25. Duração: 105 min. Classificação: 14 anos. Temporada: até 28 de julho

 


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