Peça: HOLHER MUMEM, foto 1

HOLHER MUMEM : peça disseca a relação entre um homem e uma mulher

De em setembro 13, 2013

Peça: HOLHER MUMEM, foto 1

João Paulo Lorenzon e Arieta Corrêa dividem a cena e a concepção do espetáculo

Texto árido e provocador, em que um casal discute a relação amorosa de forma visceral, literalmente!
Esta a sensação que tive ao assistir a estreia de HOLHER MUMEM, peça em cartaz no SESC Consolação, Espaço Beta, em que João Paulo Lorenzon é o responsável pela dramaturgia e direção, além de dividir o palco com Arieta Corrêa, que assina a cenografia e produção do espetáculo — complementaridade total na produção.
Mais do que pôr a nu a relação amorosa entre um homem e uma mulher, a peça questiona se é possível a fusão entre duas pessoas que se amam, como no título peculiar em que há uma mescla das palavras:
 

“O título gera uma sonoridade incomum, sugerindo uma relação amorosa estranha, mas há limite para a fusão amorosa? Na trama Ele e Ela buscam superar a singularidade pela fusão. Eles estão num não-lugar, se misturam, se enterram, se dissolvem. Deixam marcas na história, pegadas no tempo e vestígios nos corpos um do outro, evocando o caráter animalesco do amor”, explica o ator. 

Peça: HOLHER MUMEM, foto 2

Arieta assina cenografia e produção e João Paulo é o responsável pela dramaturgia e direção

Num momento em que o modelo tradicional de amor romântico está sendo questionado e posto em prova, dramaturgos contribuem para fomentar esta discussão. Ao sair da sala de espetáculo duas peças me vieram à cabeça: Deus é um DJ, de Falk Richter, encenado por Marcos Damigo e Guta Ruiz, e Intimidades, de Gustavo Machado com Roberta Alonso e Otto JR, que ainda está em cartaz na cidade. Os três textos conversam entre si sobre que tipo de relação amorosa as pessoas almejam nos dias atuais. Para Lorenzon, os personagens de sua peça desejam “romper a anestesia que contamina a humanidade contemporânea e encontrar a força que nos aponta o paraíso perdido”.
O cenário constituído de um monte de terra vermelha tem função primordial na montagem, pois é nesta terra que os personagens se enterram e se interagem. O que me chamou a atenção em HOLHER MUMEM foi exatamente a entrega de João Paulo e Arieta aos personagens: além de muito bem sintonizados, eles mantêm  o tom intimista e tenso que a trama exige durante os 50 minutos de espetáculo.

Fotos: Maurizio Mancioli e Julieta Bacchin


2 Comentários

Fabrizio

setembro 16, 2013 @ 12:44

Resposta

Fiquei curioso…quero assistir!

Maurício Mellone

setembro 16, 2013 @ 14:17

Resposta

Fabrizio:
esta peça traz um homem e uma mulher numa discussão profunda
sobre a relação a dois. Os dois personagens não têm nome e são um casal de arquétipos
de uma relação afetiva. Texto instigante, provocador.
bjs e obrigado pela visita

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