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Hollywood: peça de David Mamet expõe jogo de poder por trás do cinema

De em janeiro 31, 2018

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Rubens Caribé, Luciana Fávero e Iuri Saraiva encenam montagem sobre bastidores do cinema

Considerado um dos mais respeitados dramaturgos contemporâneos, o norte-americano David Mamet recebe uma homenagem da CiaTeatro Epigenia, do Rio de Janeiro. Eles estão no SESC Pinheiros com uma trilogia sobre o autor: até 10 de fevereiro apresentam a peça inédita em São Paulo, Hollywood, sobre o jogo de poder que permeia as produções cinematográficas nos EUA; depois a Cia encena outras duas peças já apresentadas na cidade, Oleana e Race, desta vez em curtas temporadas.

Rubens Caribé e Iuri Saraiva vivem dois executivos de um estúdio de roteiros para cinema que desejam produzir um filme de ação que reverterá grandes lucros à empresa. Mas a secretária Karen, interpretada por Luciana Fávero, tenta convencê-los a investir num roteiro humanista e ético.

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Tony (Caribé) e Daniel (Iuri) almejam ficar ricos com filme de ação

A trama tem início com a chegada de Tony Miller (Caribé) em sua sala ainda em reforma para assumir o novo posto como diretor do estúdio de roteiros; a primeira visita que recebe é de seu pupilo Daniel Fox (Saraiva), que vem com uma proposta tentadora: um astro do cinema aceitou participar de um filme de ação e eles têm pouco tempo para assinar o contrato, que certamente renderá muito dinheiro para a dupla de produtores. No entanto, Karen, a secretária temporária, deseja ser contratada e Tony a encarrega de ler um livro que poderá se transformar num roteiro. A moça faz uma análise minuciosa da obra, que traz conceitos éticos de cidadania, e passa a defendê-la em detrimento do filme comercial de ação proposto por Fox.

Além de revelar os bastidores das produções wollywoodianas, mostrando o jogo do poder econômico que nutre o cinema norte-americano, Mamet com esta peça discute também o confronto entre arte e entretenimento, arte e comércio e o papel da arte no mundo de hoje. Outra discussão levantada pela montagem é o assédio no meio profissional, questão tão relevante hoje em dia depois das denúncias de assédio sexual contra os poderosos do cinema norte-americano. Com diálogos consistentes e uma linguagem ágil, Wollywood envolve o público desde a primeira cena. Destaque para a direção precisa de Gustavo Paso e a sintonia em cena de Caribé, Saraiva e Luciana Fávero. O figurino de Sonia Soares e a iluminação de Paulo Cesar Medeiros também merecem ser ressaltados.

Temporada até 10/02, mas a trilogia permanece até final do mês, com Oleana (apresentações de 15 a 17/02) e Race (de 22 a 24/02); mais informações no site: sesc.org.br/pinheiros

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Produção da CiaTeatro Epigenia

Roteiro:

Hollywood. Texto: David Mamet. Direção e tradução: Gustavo Paso. Elenco: Rubens Caribé, Luciana Fávero e Iuri Saraiva. Cenário: Gustavo Paso. Figurino: Sônia Soares. Trilha sonora: André Poyart. Fotografia: Gustavo Paso. Produção: Luciana Fávero e Selene Marinho. Realização: Paso D’arte e Cia Teatro Epigenia.

Serviço:

SESC Pinheiros (98 lugares), Rua Paes Leme, 195, tel. 11 3095.9400. Horários: de quinta a sábado, às 20h30. Ingressos: R$ 25 R$ 12,50 (estudante, servidor de escola pública, + 60 anos, aposentados e pessoas com deficiência) e R$ 7,50 trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo). Duração: 75 min. Classificação 14 anos. Temporada: até 10 de fevereiro.


2 Comentários

Ed

fevereiro 1, 2018 @ 08:11

Resposta

Não deixe de rever Oleanna e Race!
Parabéns pela divulgação e resenha da programação cultural da cidade.

Maurício Mellone

fevereiro 1, 2018 @ 14:21

Resposta

Ed,
obrigado
Vou tentar assistir as 2 outras peças do Mamet
bjs

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