Peça: Inutilezas, foto 1

Inutilezas: universo poético de Manoel de Barros transposto ao palco

De em novembro 4, 2016

Peça: Inutilezas, foto 1

Bianca Ramoneda e Gabriel Braga Nunes interpretam diversos personagens das obras do escritor mato-grossense

Depois de 14 anos da estreia, que contou com a presença do escritor mato-grossense Manoel de Barros, o espetáculo Inutilezas está novamente em cartaz na cidade, desta vez no recém-inaugurado Teatro MorumbiShopping. O roteiro criado pela jornalista e atriz Bianca Ramoneda — que divide o palco com Gabriel Braga Nunes — reproduz o universo lúdico e poético das obras de Manoel de Barros, que em 2002 assistiu a peça e deu seu aval: “Não estou acreditando no que vi! Um teatro verdadeiro. Não é declamação de versos. É uma representação da palavra. Com os personagens vivos e as suas contradições”.
Sob a direção de Moacir Chaves, os dois atores intercalam poemas e o ideário do escritor, sempre com a colaboração do músico Chico Oliveira, que executa as intervenções sonoras criadas por Pedro Luís, da banda Pedro Luís & a Parede.

Peça: Inutilezas, foto 2

Bianca e Gabriel, sob direção de Moacir Chaves, estão no projeto desde 2002

Num cenário simples assinado por Fernando Mello da Costa (duas poltronas e duas gaiolas com flores suspensas), Bianca e Gabriel interpretam personagens retirados de vários livros do escritor de Mato Grosso, que podem ser dois irmãos, um casal ou até dois atores que desejam encenar a obra do poeta.

 

“Manoel de Barros tem uma escrita inteligente, crítica e lúdica, ao mesmo tempo. É um prazer ouvir diariamente suas construções sonoras. Temos, agora, basicamente, uma maior concentração na sonoridade do espetáculo”, diz o diretor.

 

A transposição da obra de Manoel de Barros para o palco é o grande mérito deste trabalho: o espectador tem a chance de em 50 minutos ser transportado para o mundo lúdico dos objetos e das palavras que ganham novo significado na voz do poeta. E a interpretação de Gabriel e Bianca só enaltece o universo criado pelo poeta: eles dão um tom coloquial aos poemas, deixando o público próximo da obra.
Imperdível, só até o final deste mês.

 

Fotos: Marco Terranova


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