Peça: Callas, foto 1

Marília Pêra dirige Callas, espetáculo sobre a vida da cantora lírica

De em outubro 10, 2014

Peça: Callas, foto 1

Claudia Ohana revive Maria Callas, considerada a maior soprano da história

Considerada a maior cantora lírica de todos os tempos, Maria Callas, que faleceu aos 53 anos em 1977, teria completado 90 anos em dezembro de 2013. Sob direção de Marília Pêra, o espetáculo Callas, em cartaz no Teatro Itália até novembro, presta uma homenagem à grande diva. Com Claudia Ohana na pele da maior soprano da história da música, a peça escrita por Fernando Duarte traz a diva concedendo uma entrevista ao jornalista John Adams, vivido por Cássio Reis, exatamente no dia anterior à sua morte. Callas aceita falar para o amigo, que organiza uma exposição em Paris sobre sua carreira, e abre seu coração, revelando os bastidores do mundo da música lírica, além de momentos difíceis de sua vida.

Peça: Callas, foto 2

Cássio Reis é o jornalista que entrevista a cantora (Claudia)

O cenário do espetáculo reproduz uma sala de exposição que faz uma retrospectiva da carreira de Maria Callas, com os principais vestidos usados por ela em cena, fotografias e objetos pessoais (discos, joias, quadros), além de um grande telão onde é projetado vídeo de momentos cruciais da vida e obra da cantora. A trama começa com o jornalista se preparando para receber sua convidada e, como não poderia deixar de ser, Maria Callas entra de forma triunfal, mantendo sua altivez e elegância. Ela passeia pelo ambiente e finalmente aprova a iniciativa de John Adams, que pede para começar a entrevista, ligando o gravador.
Mantendo ainda um ar de arrogância, Maria vai se emocionando ao ver os vestidos — um trabalho primoroso da figurinista Sonia Soares — e partir daí veste cada uma das peças e vai se soltando, revelando os bastidores do mundo da música lírica, as rivalidades com as demais cantoras e passagens de sua vida profissional e pessoal. À medida que ela se refere aos recitais e aos momentos históricos, no telão imagens documentam todo o relato.
O ápice das declarações da diva é quando ela sai do pesdestal, deixa cair a máscara e se mostra verdadeira e próxima do interlocutor. Fala de suas dores com o fim do casamento, da difícil relação com o magnata Onassis e sua rivalidade com Jacqueline Kennedy Onassis e da perda do filho. De peito aberto, ela propicia que o jornalista se coloque e fale de seu amor platônico por um rapaz que o ignora, estabelecendo assim uma troca entre eles.
A ideia do texto de Fernando Duarte, de reunir a diva e um admirador que a entrevista exatamente um dia antes do ataque cardíaco que vitimou Maria Callas, é criativa e a trama muito bem articulada. Outro destaque é para a interpretação, tanto de Claudia Ohana que transmite com verdade o tumultuado mundo interior da diva, como de Cássio Reis que com sutileza se divide entre o papel de escada (aquele que faz com que a estrela brilhe) e o sensível jornalista.

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Marília Pêra imprime uma direção elegante e requintada 

Ressalto em Callas, que estreou no Rio no início do ano e já percorreu mais de vinte cidades do país, a marca de elegância e requinte impressos pela diretora Marília Pêra, que já interpretou Callas em 1996 na peça Master Class, sob direção de Jorge Takla.
Confira, a peça é mais uma visão sobre a grande diva do canto lírico e uma grande homenagem a ela.

 

 

Fotos: Leo Castro


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