Mestres do Impressionismo em mostra no CCBB-SP

De em agosto 24, 2012

A garçonete e as cervejas de Edouard Manet

Vale o esforço da espera na fila! A mostra Impressionismo: Paris e a Modernidade é deslumbrante. Em plena quinta-feira à tarde, permaneci na fila por mais de uma hora, mas foi entrar no CCBB-SP para esquecer o cansaço e ficar maravilhado com as 85 obras-primas de 42 mestres do Impressionismo, que pela primeira vez chegam ao Brasil.
A mostra, considerada a maior do movimento já realizada no país, reúne obras do Museu d’Orsay, de Paris, que compreende o período da segunda metade do século XIX e início do século XX. Dividida em módulos temáticos, cada andar do prédio é dedicado a um tema; assim no quarto andar onde começa a exposição o tema é Paris é uma festa! com telas retratando os bastidores de festas e eventos sociais; já no terceiro andar Paris, Cidade Moderna, há obras que revelam a potência do mundo industrial. No segundo andar Fugir da Cidade, reúne telas mais significativas do Impressionismo, quando os artistas passaram a pintar ao ar livre, mostrando como a luz ambiente interfere nos objetos; no primeiro andar do CCBB há um vídeo sobre o movimento e um mural com a linha do tempo do Impressionismo. Por último, no subsolo, A vida Silenciosa, convite à viagem, com obras de natureza morta e a única tela de Van Gogh presente à mostra: O Salão de dança em Arles.

A Classe de dança de Edgar Degas

O Impressionismo revolucionou  o mundo das artes entre o final do século XIX e início do século XX. É preciso lembrar que o movimento nasceu depois do advento da fotografia, portanto o artista não precisava se ater mais somente ao real. Os pintores passaram a retratar as coisas da maneira como as viam, seguindo suas impressões sobre o objeto. Daí a importância que os impressionistas deram à luz, às cores e ao movimento: muitos deles resolveram trabalhar ao ar livre, retratando as diferenças que a luz do sol provoca nos objetos.

 

 

Les Alyscamps de Paul Gauguin

Muito difícil destacar alguma obra, mas vou sugerir uma ou outra tela de cada andar da exposição para aguçar a curiosidade e a vontade dos meus leitores em comparecer ao CCBB. Do tema Paris é uma festa!, presente no quarto andar do prédio, destaco A garçonete e as cervejas de Edouard Manet. Mas estão lá ainda Descarregadores de carvão de Claude Monet, A Classe de dança de Edgar Degas e O Sena na ponte de Paul Gauguin.

 

 

 

Regatas em Argenteuil de Claude Monet

Do terceiro andar, Paris cidade moderna, ressalto a belíssima tela de Claude Monet A estação Saint Lazare, que o artista registrou em sete telas, mas há ainda Mulher com boá preto de Henri Toulouse Lautrec e Mulher com jabô branco, de Pierre-Auguste Renoir.

 

Retrato do artista com fundo rosa, auto-retrato de Paul Cézanne

Do segundo andar, Fugir da cidade, a dificuldade de salientar alguma obra é ainda mais difícil, pois estão lá obras mais significativas (e também muito conhecidas) do Impressionismo, em que os artistas pintaram ao ar livre. A luz, os reflexos dos objetos na água, o movimento e as cores vivas da natureza emocionam qualquer um.  Mesmo assim destaco O Tocador de pífano de Manet, O berço de Berthe Morisot, Senhora Darras de Renoir, Canto de jardim de Camille Pissaro, O lago das ninfeias de Monet, A manhã de Thedore Rousseau, Paisagem argelina de Renoir e Retrato do artista com fundo rosa, auto-retrato de Paul Cézanne.
O vídeo apresentado no primeiro andar é muito interessante para se saber ainda mais da importância dos impressionistas para a história da artes plásticas no mundo.
 

 

O Salão de dança em Arles, única tela de Vincent Van Gogh presente na mostra

No subsolo com o tema A vida silenciosa, convite à viagem, há obras de natureza morta, além de Camponesas de Paul Gauguin e a única tela de Vincent Van Gogh presente à mostra: O Salão de dança em Arles, um dos raros interiores da produção do artista holandês.
Impressionismo: Paris e a Modernidade permanece na cidade até o início de outubro. Há tempo, portanto, mas não deixe para a última hora. As filas podem desanimar, mas deixo aqui uma dica: durante a semana, no final do dia o público é menor e é possível apreciar a mostra com mais tranquilidade. Imperdível, sem dúvida!

Fotos: divulgação
Roteiro:
Impressionismo: Paris e a Modernidade. Mostra com 85 obras de 42 artistas. Curadoria: Guy Cogeval (presidente do Museu d’Orsay), Caroline Mathieu (conservadora chefe do Museu) e Pablo Jimenez Burilo (diretor geral da Fondación Mapfre).
Serviço:
CCBB-SP, Rua Álvares Penteado, 112, tel. 3113-3651. Horários: de terça a domingo, das 10h às 22h. Gratis.


2 Comentários

Susie F.Rocha

setembro 5, 2012 @ 19:19

Resposta

Maravilhada!Precisamos de arte para o público brasileiro!

Maurício Mellone

setembro 6, 2012 @ 16:21

Resposta

Susie:
A mostra Impressionismo no CCBB-SP é
muito bem cuidada e com obras q nunca
foram expostas no Brasil. Raridade e beleza incomuns!
Obrigado pela visita e volte sempre
abr

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