Filme: Meteora, foto 1

Meteora: filme rodado na Grécia é um hino à liberdade e ao amor

De em agosto 19, 2014

Filme: Meteora, foto 1

Tamila Koulieva-Karantinaki e Theo Alexander interpretam a freira Urania e o monge Theodoros

O diretor Spiros Stathoulopoulos, que nasceu na Grécia mas mudou-se para a Colômbia ainda menino e se formou em cinema por lá, tem um olhar sensível e poético sobre sua terra natal, que está debruçada numa grave crise econômica, num verdadeiro abismo. E é com esta metáfora que ele constrói Meteora, filme apresentado no Festival de Berlim em 2012 e que só agora chega ao Brasil. Em picos rochosos da Grécia ficam dois mosteiros, um ao lado do outro, onde vivem o monge Theodoros, interpretado por Theo Alexander, e a freira Urania vivida pela atriz russa Tamila Koulieva-Karantinaki, no outro mosteiro. Eles vivem separados pelo abismo que divide as duas montanhas e mesmo assim nasce uma atração e um amor proibido entre eles.

Filme: Meteora, foto 2

Quadro que abre e fecha o filme do diretor grego

A primeira cena do filme é com um quadro com três imagens: de um lado uma freira, no meio a reprodução do vale com as duas montanhas e os mosteiros e do lado oposto a figura de um monge . Funciona como prólogo, que relata o encontro de Theodoros e Urania — este quadro se repete ao final concluindo a trama. Com poucos diálogos e ênfase na troca de olhares e gestos, o diretor mostra o dia a dia dos dois religiosos: para ter acesso ao seu mosteiro, Theodoros tem de subir uma escadaria infinita; já para Urania o trajeto é ainda pior. A única maneira de chegar ao topo da montanha onde fica o mosteiro é por meio de uma grande rede, que é puxada por manivelas pelas outras freiras; por esta rede é que as freiras e os mantimentos e demais objetos podem subir. Mesmo com todas estas adversidades, os dois religiosos conseguem se encontrar; primeiro nas missas, em que há só troca de olhares, depois eles caminham juntos pelo vale e se despedem para irem aos mosteiros. Posteriormente marcam encontro de maneira peculiar: com auxílio de espelhos, eles refletem a luz solar para as pequenas janelas de seus aposentos. Nem os obstáculos físicos nem o celibato e os rígidos cânones da Igreja Cristã Ortodoxa, de que eles fazem parte, conseguem impedir que Theodoros e Urania se apaixonem e vivam seu amor.

Filme: Meteora, foto 3

Apaixonados, os religiosos se encontram às escondidas

Outro elemento criativo de Meteora é o uso de animação, que complementa e amplia a história deste amor proibido e quase impossível. O uso da palavra também é restrito e os pequenos diálogos aparecem justamente nos encontros dos amantes, nas cavernas e vales do local. É aí que o diretor enfatiza sua luta contra o desespero e a favor da liberdade e do amor. Claro que estas ideias valem aos protagonistas do filme, como para os gregos que passam por dificuldades e para todos nós.
Ao final da projeção no dia em que assisti ao filme, houve aplausos, o que ocorre geralmente em festivais e mostras cinematográficas. Um sinal da aprovação do público a esta comovente produção.

 

 

Fotos: divulgação


2 Comentários

Arthur

agosto 19, 2014 @ 22:30

Resposta

Parabens pelo blog e pelo conteúdo das reportagens.
Sempre indico pelo G+ e pelo twitter.
Grande abraço

Maurício Mellone

agosto 21, 2014 @ 16:02

Resposta

Arthur,
que bom q vc gosta do Favo!
Muito obrigado por indicá-lo nas redes sociais!
abrs

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