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O Julgamento de Sócrates: primeiro solo da carreira de Tonico Pereira

De em agosto 3, 2018

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Aos 70 anos, Tonico Pereira comemora 50 anos de carreira pela primeira vez sozinho em cena

Para comemorar os 50 anos de carreira, o ator Tonico Pereira, em turnê pelo país, chega à cidade com seu primeiro monólogo, O Julgamento de Sócrates, em cartaz no Teatro Nair Bello. O espetáculo é a adaptação de Ivan Fernandes da obra Apologia de Sócrates, em que o filósofo Platão defende seu mestre que fora acusado por suas ideias contrárias às normas da sociedade da época e condenado por envenenamento.
A peça no fundo torna-se um debate sobre a liberdade de expressão, em que o ator fluminense relaciona fatos da sua história de vida e da realidade brasileira atual com trajetória e julgamento de Sócrates.

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Ator é dirigido por Ivan Fernandes, autor do texto

 

O espetáculo começa com o ator atravessando todo o palco, colocando-se na extremidade oposta; com um foco de luz, Tonico fala do início de sua carreira, agradece algumas pessoas que considera como seus mestres e faz uma pequena introdução sobre a trama, que é baseada justamente na defesa de Platão a seu mestre Sócrates, condenado por suas ideias e teorias filosóficas. Depois deste pequeno prólogo, ele se dirige ao centro do palco, onde estão uma poltrona de madeira, uma mesinha e um cálice (únicos elementos cênicos) e inicia o relato trágico da vida do filósofo, considerado um dos primeiros casos de condenação de um homem por expressar suas ideias. No texto, mais do que citar o ideário de Sócrates, o autor evidencia a importância do direito do livre pensar.

 

 

“Não queria falar diretamente sobre a nossa realidade atual, até porque muitas pessoas estão sem distanciamento. Então me ocorreu em falar que tudo hoje virou um grande julgamento, a sociedade, as redes sociais etc. Dessa ideia me veio o julgamento de Sócrates, considerado por muitos o ponto inicial em que a sociedade rejeitou a razão em nome de outros interesses, o que ilustra muito os dias de hoje”, afirma Ivan Fernandes.

 

A relação da história de Sócrates com a realidade atual é colocada com algumas citações de fatos contemporâneos. Ao final, depois da condenação do filósofo, Tonico retoma seu diálogo com a plateia e diz que o objetivo da montagem é estabelecer este contato e ajudar na reflexão sobre os problemas atuais do país.
Aos 70 anos de idade (recém-completados) e tendo começado a carreira em 1968, Tonico Pereira participou de mais de 50 filmes, inúmeras novelas, minisséries, seriados e humorísticos na TV, além de várias peças teatrais. O público paulistano, no entanto, o vê pouco nos palcos da cidade. Exatamente por isso, confesso, tinha grande expectativa com seu primeiro solo. Entretanto, a montagem não explora o grande talento do ator, que prefere travar uma conversa direta com a plateia, ao invés de construir um personagem de grande dimensão humana. Mas é sempre gratificante assistir a performance de um grande ator, como Tonico Pereira, que se apresenta na cidade até início de setembro.

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Texto é uma adaptação do livro do filósofo Platão


Roteiro:
O Julgamento de Sócrates. Texto: Ivan Fernandes (inspirado na obra de Platão). Direção: Ivan Fernandes e Tonico Pereira. Elenco: Tonico Pereira. Cenário e figurinos: Palloma Morimoto. Iluminação: Frederico Eça. Trilha sonora original: Frederico Eça. Design gráfico: Marcello Queiroz. Fotografia: Igor Mota. Produção executiva: Ricardo Fernandes. Realização: Bucker Produções Artísticas.
Serviço:
Teatro Nair Bello (200 lugares), Rua Frei Caneca, 569, Shopping Frei Caneca, tel. 11 3472-2414. Horários: sábado às 21h e domingo às 19h. Ingressos: R$ 60 e R$ 30. Bilheteria: de quarta a sábado, das 15h às 21h e dominga, das 15h às 19h. Duração: 50 minutos. Classificação: 12 anos. Temporada: até 09 de setembro.

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