Ingresso para a mostra sobre o poeta maior da língua portuguesa

“Para ser grande, sê inteiro:
nada Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa
Põe quanto és
No mínimo que fazes
Assim, em cada lago a lua toda
brilha, porque alta vive.”
Fernando Pessoa/Ricardo Reis

Sábado saí de casa com um único objetivo: ir ao encontro do poeta maior da língua portuguesa, Fernando Pessoa. E fiz a escolha correta: fui de Metrô e logo na estação Clínicas me deparo com esse poema do heterônimo Ricardo Reis, que me enlevou até a estação Luz, onde desembarquei na nau de Pessoa, no Museu da Língua Portuguesa!
“Fernando Pessoa: plural como o universo” está no primeiro andar do Museu, no espaço das mostras itinerantes, e teve seu término prorrogado: o público poderá ter acesso à obra e vida do maior poeta de língua portuguesa do século XX até o dia 20 de fevereiro. De maneira interativa, as pessoas podem mergulhar na extensa obra de Pessoa, que se subdividia entre seus heterônimos, Ricardo Reis, Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Bernardo Soares. O visitante, ao percorrer a mostra, fica imbuído da poética Pessoa, pois ouve, lê e sente as poesias. Tem acesso a toda a história do poeta e a algumas relíquias, como a primeira edição do livro Mensagem, com a dedicatória do autor.
Com Pessoa, não se sente o tempo passar! Voltei embriagado de palavras. Um sábado nas nuvens poéticas lusitanas. E a volta não foi diferente: na saída do Metrô Clínicas, outra maravilha do grande poeta, Mar Português:

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma nao é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.