Peça: Projeto Rastejar, foto 1

Projeto Rastejar: espetáculo marca criação do Grupo Golpeia de Teatro

De em janeiro 27, 2017

Peça: Projeto Rastejar, foto 1

Roberto Santos, Dani Corrêa e José Alessandre protagonizam o espetáculo assinado por Wagner Menddes Vasconcelos

Formado pelos atores Dani Corrêa, José Alessandre e Roberto Santos, pelo dramaturgo e diretor Wagner Menddes Vasconcelos e pelo músico Yussuf Farham, o Grupo Golpeia de Teatro acaba de lançar seu primeiro trabalho, o espetáculo Projeto Rastejar, em cartaz no Viga Espaço Cênico. E nesta estreia da companhia, a trama é uma metalinguagem, em que três atores e o músico (que executa a trilha ao vivo) começam o ensaio da peça Sinhazinha à espera do diretor, que não aparece. Na peça ensaiada, há um triângulo amoroso inusitado: em plena época da escravidão, a sinhazinha (Dani) mantém um romance com um escravo (Alessandre), que por sua vez se relaciona, mesmo que de forma rude, com outro escravo (Roberto). Num determinado momento, os atores interrompem o ensaio e só então a plateia se dá conta de que se trata de um grupo de teatro que ensaia uma peça. A interrupção acontece porque a ator que é o vértice do triângulo amoroso, talvez por se sentir tocado com o conteúdo da peça, começa a expressar suas dúvidas e inquietações diante da vida e do teatro; os demais atores aceitam a reflexão e dão início à discussão sobre os valores e funções da profissão e da vida.

Peça: Projeto Rastejar, foto 2

Peça é uma metalinguagem: os atores ensaiam uma peça dentro de outra

Na pequena e aconchegante sala Piscina (apenas 35 lugares), o público entra e os atores e o músico já estão em cena, fazendo exercícios de alongamento e aquecimento. Depois de tocado o clássico terceiro sinal, a trama começa e a velada relação amorosa vem à tona, até o instante da brusca interrupção e o início da reflexão existencial dos atores.

No programa da peça, o grupo argumenta que o projeto partiu da ação de rastejar como uma atitude de transformação. Assim como os atores precisam se esvaziar para criar os personagens, “o ser humano contemporâneo, mergulhado no excesso de signos e no vazio de significados, talvez tenha que reinventar sua jornada, mais conectado com a sua identidade e mais atento à própria ‘terra’, que pode tanto ser o seu corpo quanto o seu país”.

Com uma cuidadosa preparação corporal (assinada por Andrea Prior e por Roberto Santos), o espetáculo requer muita atenção dos espectadores, que são incitados a refletir sobre questões densas e inquietantes. Que seja o primeiro de incontáveis trabalhos deste novo grupo teatral.

 

Fotos: Vivian Barborsick 


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