Românticos Anônimos: comédia francesa leve e divertida

De em janeiro 10, 2012

Jean-René (Benoît Poelvoorde) e Angélique (Isabelle Carré) são tímidos inveterados

Mesmo para quem não está de férias nesse início de ano, o clima despretensioso e leve da comédia Românticos Anônimos é uma ótima sugestão de programa cultural, já que as estréias em cinema ainda são em número reduzido e a temporada teatral 2012 ainda engatinha. A tradução do título do filme do diretor Jean-Pierre Améris não retrata o significado real da trama. Les Émotifs Anonymes não poderia ser traduzido por emotivo ou romântico: na verdade Angélique e Jean-René — brilhantemente interpretados por Isabelle Carré e Benoît Poelvoorde — são dois tímidos na potência máxima, beirando à patologia. E por isso mesmo é que cativam o público, pelas trapalhadas e delicadeza de seus sentimentos. Ela é formada em culinária, especializada em chocolate, e por sua timidez, esconde-se por trás de um pseudo-eremita. Já Jean-René é dono de uma fábrica de chocolate que está na iminência de falir, muito em função de sua timidez pessoal que influencia no andamento dos negócios. Tudo se transforma quando ele contrata Angélique como vendedora.

Isabelle Carré em interpretação emocionante

 

 

A chegada da nova funcionária — Angélique não tem coragem de assumir sua profissão e aceita ser a representante comercial— aos poucos modifica a rotina da empresa. Como cria receitas de chocolate e os produtos que representa estão em franca decadência, ela propõe a Jean-René nova linha de produtos. Mas para isto continua se escondendo e não assume que é a chef. Por sua vez, o empresário aceita as mudanças propostas por ela e fica loucamente apaixonado pela garota; no entanto, não consegue admitir sua paixão e quase coloca tudo a perder.

Poelvoorde arrasa como chocolaterio tímido

 

 

Tanto as trapalhadas do chocolateiro como as da chef prejudicam a vida de ambos, tanto que eles frequentam sessões de terapia: ele em consulta individual e Angélique faz terapia de grupo, uma espécie de AA (Alcoólicos Anônimos), emotivos/tímidos anônimos, daí o título em português. Há cenas engraçadas provocadas pela timidez dos personagens, mas em determinado momento lembrei-me de pessoas que sofrem de TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo). A timidez quando prejudica a vida emocional e/ou profissional de alguma pessoa precisa ser encarada como patologia e ser tratada com profissionais competentes.
O diretor, que divide a autoria do roteiro com Phillippe Blasband, não força a barra. Românticos Anônimos, mesmo tratando da timidez patológica, é bem engraçado e surpreende até o final.

Fotos: divulgação


2 Comentários

André L. F. Mellone

janeiro 12, 2012 @ 16:48

Resposta

Muito bom…não é uma comédia exagerada como costuma ser estes filmes de hoje…onde a comédia se interage com a timidez..
Gostei

Maurício Mellone

janeiro 13, 2012 @ 14:45

Resposta

André, meu sobrinho querido:
Que delícia receber seu comentário! E ainda mais um comentário com conteúdo e opinião!
Adorei ter assistido esta comédia francesa com vc; e sua visita aqui me honra muito!
Volte sempre: prometo dicas interessantes!
bjs

Deixe comentário

Deixe uma sugestão

Deixe uma sugestão

Indique um evento

Indique um evento

Para sabermos que você não é um robô, responda a pergunta abaixo: