Suely Franco e Tuca Andrada em aulas de dança e amor

De em abril 25, 2011

Tuca Andrada vive o professor de dança e Suely Franco, Lily a aluna

Depois de já ter sido encenada em mais de 20 países, estreia nessa sexta, dia 29, no Teatro Renaissance, a comédia do norte-americano Richard Alfieri Seis Aulas de Dança em Seis Semanas, com Suely Franco e Tuca Andrada, sob a direção de Ernesto Piccolo.
Tive a chance de assistir ao ensaio aberto realizado dia 22 e essa comédia tem todos os ingredientes para cair no gosto popular, assim como vem ocorrendo pelo mundo. Ao entrar na sala de espetáculo, a platéia vê que está diante de um belo e espaçoso apartamento: logo Lily, uma senhora de 72 anos entra e começa a arrastar os móveis para deixar a sala como um verdadeiro salão de baile. Ao toque da campainha, entra Michael de 45 anos, o professor de dança, e o público tem a impressão que as aulas terão início. Doce ilusão: os personagens, talvez por receio do primeiro contato e pela insegurança dos tempos atuais, iniciam um jogo de aparências e o atrito entre eles é imediato. Ambos mentem sobre suas idades, estado civil e há um estranhamento, só quebrado quando começam a dançar. Aí a relação dos dois se estabelece: Lily revela ser uma exímia dançarina e vê no professor a chance de uma companhia, de conhecer uma nova pessoa.
O final de cada aula é bem marcado, com a saída de Michael e a janela do apartamento (com vista para o mar) funcionando como marca do tempo: há passagem das horas e novamente a campainha toca para a volta do mestre.
Com coreografia de Carlinhos de Jesus, cada aula é de um gênero musical como foxtrot, valsa, chá-chá-chá, tango e música contemporânea; além dos passos o professor gosta de falar sobre o contexto de cada dança, o que não agrada a aluna. Nesse momento das aulas, as personalidades díspares do casal vêm à tona e as rugas reaparecem. Até o instante em que eles começam a trocar confidências e as máscaras caem. Lily confessa que é viúva e que sofreu muito com a morte da filha aos 20 anos; seu martírio maior foi viver ao lado do marido, um pastor batista conservador e tirano. Já Michael conta que deixou sua carreira em Nova York para cuidar da mãe, vítima de Alzheimer, que faleceu há dois anos. Também confessa suas desilusões amorosas e como se fechou para o amor depois da morte de seu namorado.
O autor propõe um desenho dramático entre Lily e Michael encantador: de um estranhamento conflituoso inicialmente para um entendimento e uma troca amorosa que emociona o espectador. A cena em que voltam para casa depois de terem passado uma noite dançando é reveladora: mesmo vivendo em mundos diferentes, conseguem se entregar e criam um verdadeiro laço afetivo. Nesse estágio de entendimento, ambos refletem sobre a vida, a morte, a solidão, velhice e juventude e, principalmente, como ter uma vida feliz e amorosa independente da idade. Uma lição e exemplo!
Suely e Tuca compõem seus personagens com brilhantismo: o público ao final está apaixonado por Lily e Michael. E a mão do diretor é fundamental para esse entrosamento: como ator, Ernesto Piccolo sabe muito bem deixar seus companheiros soltos e livres para criar. Destaque para o figurino de Cláudio Tovar (em cada aula os personagens estão com trajes alusivos ao ritmo), à luz de Wagner Freire e à programação visual do Estúdio Tostex.
Fotografia: João Caldas


2 Comentários

Demétrio Brocca

abril 26, 2011 @ 14:51

Resposta

Vc poderia informar dia, hora e o valor do ingresso desse espetáculo? Muito obrigado e parabéns pelo excelente trabalho.

Maurício Mellone

abril 26, 2011 @ 16:45

Resposta

Dema: A resenha é publicada também no site Aplauso Brasil e lá o roteiro e serviço estão incluídos.
Aqui no blog, coloco o teatro em link: assim vcs podem acessar o site da casa de espetáculo e obter todas as informações.
Obrigado pela visita e venha sempre!

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