Suicida Rock’n Roll: um retrato da noite paulistana

De em novembro 4, 2010

Livro de estreia de Guilherme Junqueira


Como está estampado na orelha do livro, Guilherme Junqueira é o que se pode chamar de multi-artista, ou o artista multifacetado do século XXI. Com seus vinte e poucos anos, Guilherme já se aventurou nos palcos como ator, dirigiu curtas de seus próprios roteiros e agora acaba de lançar pela Giostri Editora seu primeiro romance, Suicida Rock’n Roll.
Numa linguagem direta, num ritmo alucinante e com diálogos curtos e precisos, Guilherme faz um retrato, um tanto ácido e mordaz, dos personagens que dão vida à noite paulistana. Por meio de Marcelo, um garoto do interior, que gosta de garotos, e um belo dia resolve enfrentar a capital para fazer sucesso como modelo, a história nos remete para os mais variados tipos que rondam as baladas da capital paulista; do DJ descolado, travestis e garotos de programa do centrão, às socialites, fotógrafos e homens bem-sucedidos que frequentam as casas noturnas da cidade. Com destemor e de peito aberto — posturas típicas dos recém-saídos da adolescência—, Marcelo perambula pelas baladas e casas das pessoas que se aproximam dele, principalmente por sua beleza e rostinho de anjo! Por traz dessa imagem, o garoto esconde revolta, violência e um tanto de descaso ao amor. Mesmo assim, envolve-se com Holly Hilton (a socialite Renatinha Albuquerque) e o DJ Sky (Daniel), momentos únicos em que o personagem demonstra afetividade e carinho. A cidade de pedra com seus habitantes envolvidos somente com seus próprios umbigos e que desprezam vínculos amorosos e afetivos (retrato das megalópoles do nosso século) é muito bem descrito na obra de Guilherme.
Dois momentos me chamaram mais a atenção: logo no início, o autor diz estar só e por isso escreve: “A escrita conforta a alma reclusa e as palavras saciam a carência daquele que se propõe a escrevê-las. A dor é tanta que cada letra sai rasgando a pele”. Identificação total: é dessa maneira que me sinto invariavelmente. Só e cheio de angústia e a palavra nessas horas funciona como um antídoto. Ao final, não consegui conter as lágrimas, justamente quando há uma pequena luz no fim do túnel para a possibilidade do amor!
Guilherme, bem-vindo à literatura, que Suicida Rock’n Roll seja o primeiro de muitos!


2 Comentários

Adriano Oliveira

novembro 12, 2010 @ 16:31

Resposta

Realmente ainda não tive o prazer de ler a obra…
Mas pela sua crítica…acredito que é algo que vale a pena…Aliás…sempre acreditei nisso…
Vou comprar em breve…só preciso estar mais livre dos trabalhos da faculdade, para desfrutar dessa leitura agradável!
Adorei o texto!
Beijos
Adry

Maurício Mellone

novembro 14, 2010 @ 15:43

Resposta

Adriano:
As férias da facu estão chegando, vc vai ter mais tempo!
Bjs

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