De Maurício Mellone em julho 10, 2017
Considerado pela crítica especializada como um dos artistas europeus mais importantes do período da virada do século XIX para o século XX e aquele que retratou a vida boêmia de Paris da época, Henri de Toulouse-Lautrec ganha a maior retrospectiva de sua carreira no Brasil. Com curadoria de Adriano Pedrosa e Luciano Migliaccio, o MASP promove até o dia 1º de outubro a mostra Toulouse-Lautrec em vermelho, que reúne75 obras e mais 50 documentos, entre cartas, telegramas, bilhetes e fotos do artista e de seus amigos, reconstituindo, assim, a memória da época.
De acordo com os curadores, o título da mostra faz alusão ao salão de entrada de uma casa fechada em Paris, em que Lautrec frequentava e que se tornou amigo das mulheres que trabalhavam lá. Importante ressaltar que a prostituição na época era permitida e devidamente autorizada.
A exposição está instalada no primeiro andar do museu e é didaticamente constituída de cinco núcleos, compreendendo todas as fases da obra de Toulouse-Lautrec. O primeiro núcleo é dedicado ao universo das casas fechadas, com obras que retratam o cotidiano das mulheres que trabalhavam como prostitutas; a maioria dos quadros é com mulheres à espera de fregueses e nenhuma delas é identificada nominalmente. Já o segundo núcleo é composto por representações de mulheres comuns, trabalhadoras, modelos de ateliês, além de mulheres burguesas e nobres. Há também quadros com representações da homossexualidade feminina, retratada com toda a dignidade. Destaque para o quadro da Condessa Adéle Toulouse-Lautrec, mãe do artista.
No terceiro núcleo estão as obras com as representações masculinas. Ao contrário dos quadros com mulheres, nestes todos os modelos são identificados, o que evidencia a discriminação entre homens e mulheres. Destaque para o quadro Paul Viaud em Almirante do Século XVIII (O Almirante Viaud), última obra executada por Lautrec. Os dois últimos núcleos compreendem os quadros em que Lautrec retrata a vida noturna parisiense, com seus cabarés, bares, restaurantes e casas de espetáculos. Esta fase é a mais conhecida do artista, em que ele revela Paris já com luz elétrica e os personagens da noite, como a célebre dançarina Jane Avril, o cantor e dono de cabaré Aristide Bruant e Louise Weber, a dançarina conhecida como La Goule/A Gulosa. Grande destaque deste núcleo é o enorme cartaz Moulin Rouge/1891, em que divulgava as atrações do famoso cabaré parisiense.
Entre cada núcleo da exposição há grandes módulos com os documentos particulares de Toulouse-Lautrec, com cartas, bilhetes, telegramas e fotos do artista e dos amigos de sua convivência.
Durante este mês em que as crianças estão de férias, o MASP organiza o programa de oficinas voltado para o público infantil. Sempre às quartas e aos sábados, as oficinas dialogam diretamente com a exposição, levando em consideração os materiais que Lautrec empregava, os elementos essenciais de sua linguagem e o momento histórico em que ele viveu.
Roteiro:
Toulouse-Lautrec em vermelho– retrospectiva do artista, com curadoria de Adriano Pedrosa e Luciano Migliaccio. MASP, Av. Paulista, 1578, tel. 11 3149-5959. Horários: de terça a domingo, das 10h às 18h (quinta até às 20h). Ingressos: R$ 30 (grátis às terças). Temporada: até 1º de outubro.
Fotos: divulgação
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