Um Conto Chinês: mais um excelente filme argentino

De em setembro 9, 2011

Roberto (Ricardo Darín) e Jun (Ignacio Huang) tentam se entender

Coincidência ou não, os últimos dois posts aqui publicados são de produções da Argentina (o filme Medianeiras e a peça Conversando com Mamãe). E não posso deixar de comentar mais outro encantado de filme, em cartaz na cidade, que nossos vizinhos nos enviam. Trata-se de Um Conto Chinês, dirigido por Sebastián Borensztein, com Ricardo Darín no papel central. Baseado em fatos reais (o acidente com a vaca), o filme é a história do veterano da Guerra das Malvinas, o rabugento Roberto, dono de uma casa de ferragens, que vive enclausurado em sua loja, evitando qualquer contato humano. No entanto, por ironia do destino, um dia ele vê o chinês Jun (Ignacio Huang) ser jogado de um táxi e vai socorrê-lo. Impossibilitados de comunicação, já que Roberto não fala chinês e o rapaz não sabe uma palavra de castelhano, a trama gira em torno de solucionar essa inusitada situação.

Cartaz do filme argentino

O encontro de Roberto e Jun e o desenlace de Um Conto Chinês são avidamente acompanhados pelo espectador, graças à trama muito bem articulada e a forma cativante de desenvolver o enredo. A primeira cena funciona como prólogo: num lago na China, um casal apaixonado vai trocar as alianças de noivado quando é surpreendido com uma vaca que cai do céu! Corte abrupto e vê-se Roberto em sua loja contando parafusos; ele constata que a caixa não contém o número exato de produtos que anuncia e passa a reclamar com o fabricante ao telefone. Toda a cena é para apresentar o dono da loja, o metódico e ranzinza Roberto. Dentro de sua pacata e rotineira vidinha, ele no final de semana se permite passear (vai ao cemitério levar flores no túmulo dos pais e ouvir música em seu carro, próximo de uma avenida); numa dessas raras horas de descanso que ele vê a cena do chinês sendo jogado de dentro de um táxi. Vai ao encontro do rapaz e resolve levá-lo para casa, por pura compaixão. Jua, depois de morte de sua noiva, resolveu vir para a Argentina à procura de um tio que havia se exilado há anos. Desamparado e sem se comunicar, Jun vê em Roberto sua única salvação.
As confusões e o inusitado da situação cativam o espectador. Mais uma vez a Argentina nos presenteia com uma história simples, porém muito bem contada. E, como não poderia deixar de ser, Ricardo Darín é o grande destaque: sua composição para o meticuloso Roberto (um típico nativo do signo de Virgem, para quem conhece astrologia) é brilhante. Uma dica: não se levante da poltrona quando os créditos começarem a ser exibidos; o epílogo do conto é apresentado por intermédio de uma notícia de um telejornal.

Fotos; Divulgação


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