De Maurício Mellone em novembro 21, 2019
Com o mesmo tom político e reivindicativo que marcou o 27º Festival Mix Brasil de Cultura da Diversidade, aconteceu ontem na sala Adoniran Barbosa do Centro Cultural São Paulo a cerimônia de entrega dos troféus Coelho de Ouro e Coelho de Prata aos melhores do cinema nacional e internacional, curtas e longas-metragens, de temática LGBTQI+.
Com a apresentação dos diretores do evento, André Fischer e Josi Geller, a festa, que contou com a presença dos realizadores dos filmes, teve início logo depois da exibição da vinheta do festival, que pela primeira vez é um curta-metragem produzido pela agência Vetor Zero. Os diretores fizeram um pequeno balanço do evento, enfatizando que mesmo com todos os ataques que a comunidade LGBTQI+ vem recebendo ultimamente — tentativas de censura, boicotes, além de campanhas difamatórias — o festival apresentou uma produção rica e de excelência, muito bem recebida pelos espectadores, que lotaram as salas, com recordes de público.
Dentre os premiados, destaque para os vencedores do Coelho de Ouro, melhor longa-metragem nacional para Indianara, de Aude Chevalier-Beuamel e Marcelo Barbosa, e melhor curta-metragem nacional para Bonde, de Asaph Luccas.
Instituído neste ano, o prêmio Mix Literário foi o primeiro a ser entregue pelo diretor Alexandre Rabelo para a escritora do ano Gabriela Soutello, pelo livro Ninguém vai lembrar de mim; a menção honrosa ficou para Bruno Ribeiro, autor do livro Glitter. Já tendo recebido Prêmio Ícone Mix durante a realização do festival, a cantora e compositora Marina Lima foi mencionada, assim como o vencedor do Show do Gongo, o vídeo A drag a gozar, de Kiko César. Em seguida Ida Feldman anunciou o vencedor da premiação que leva seu nome: o destaque do evento ficou para a vinheta de abertura.
Os jurados dos curtas-metragens nacionais (Renata Bastos, Samantha Almeida e BobYang) foram convidados a entregar os troféus Coelho de Prata para os melhores em direção, roteiro e interpretação. Menção honrosa foi concedida para a interpretação de Divina Valéria como coadjuvante do curta Marie; ela foi muito aplaudida e disse que aos 75 anos e com 50 de carreira o público é “toda a minha recompensa”.
Em seguida o ator Sidney Santiago e o crítico Rodrigo Gerace, jurados ao lado de Marina Person, entregaram os troféus aos melhores dos longas-metragens nacionais, nas categorias direção, roteiro e interpretação. Destaque para o filme Alice Júnior, de Gil Baroni, que levou a menção honrosa e interpretação (Anne Celestino Motta) do júri, além de ter sido o escolhido pelo público.
O prêmio Susy Capó à obra mais transgressora do festival ficou para o curta-metragem Perifericu, do coletivo assinado por Nay Mendl, Rosa Caldeira, Stheffany Fernanda, Vita Pereira, também foi o escolhido pelo público.
Dois prêmios muito esperados — que além do troféu recebem quantias em dinheiro para as próximas preoduções — foram anunciados pelos representantes das instituições: o prêmio Canal Brasil ficou para o curta Swinguerra, de Barbara Wagner e Benjamin de Burca e o prêmio Sesc/TV foi para Homens Invisíveis, de Luis Carlos de Alencar.
Antes de encerrar a festa, André Fischer agradeceu e parabenizou a todos os participantes do festival e fez uma promessa definitiva: “Em 2020 o Festival Mix Brasil estará de volta, com uma força ainda maior!”
Acompanhe a seguir todos os vencedores do 27º Festival Mix Brasil de Cultura da Diversidade:
PRÊMIOS DO JÚRI
Coelho de Ouro:
Melhor longa-metragem brasileiro:
Indianara, direção Aude Chevalier-Beuamel e Marcelo Barbosa
Melhor curta-metragem brasileiro:
Bonde, direção Asaph Luccas
Coelho de Prata / longas-metragens:
Direção: Renata Taylor, Débora Mcdowell, Bea Morbach de Transamazonia
Roteiro: Gustavo Vinagre, Marcelo Diorio de A Rosa Azul de Novalis
Interpretação: Anne Celestino Motta de Alice Júnior
Menção Honrosa: Alice Júnior, direção Gil Baroni
Coelho de Prata / curtas-metragens:
Direção: Loli Menezes de Selma depois da chuva
Roteiro: Camila Gaglianone, Cris Lyra, Ananda Maranhão, Elis Menezes, Lana Lopes, Raíssa Lopes, Yakini Kalid de Quebramar
Interpretação: Wallie Ruy de Marie
Menção Honrosa: interpretação de Divina Valéria em Marie
PRÊMIOS DO PÚBLICO:
Melhor curta-metragem nacional:
Perifericu, direção Nay Mendl, Rosa Caldeira, Stheffany Fernanda, Vita Pereira
Melhor curta-metragem internacional:
Os santos de Kiko, direção Manuel Marmier
Melhor longa-metragem nacional:
Alice Júnior, direção Gil Baroni
Melhor longa-metragem internacional:
Retrato de uma jovem em chamas, direção Céline Sciamma
PRÊMIOS ESPECIAIS
Prêmio Ícone Mix: Marina Lima
Prêmio Suzy Capó:
Perifericu, direção Nay Mendl, Rosa Caldeira, Stheffany Fernanda, Vita Pereira
Prêmio Canal Brasil – curta-metragem:
Swinguerra, direção Barbara Wagner e Benjamin de Burca
Prêmio SescTV:
Homens Invisíveis, direção Luis Carlos de Alencar
Prêmio Show do Gongo:
A Drag a Gozar, de Kiko César
Prêmio Big Mix Diversity:
Hunikuin: yube baitana, de Bobware/Beya Xiña Bena (Brasil)
Prêmio Mix Literário:
Ninguém vai lembrar de mim, de Gabriela Soutello
Menção Honrosa: Glitter de Bruno Ribeiro
Prêmio Ida Feldman:
Vinheta do 27º Festival Mix Brasil, criada pela agência Vetor Zero
Fotos: divulgação
2 Comentários
Rodolfo Soares Claus
novembro 22, 2019 @ 13:33
Fiquei na torcida pela premiação do filme Alice Junior, que me encantou muito.
Foi sensacional as premiaçoes que o filme recebeu do juri e do público. Também gostei muito do curta Marie, que teve uma atuação excelente e merecidamente premiada dada a atriz Divina Valeria.
Maurício Mellone
novembro 22, 2019 @ 17:49
Rodolfo,
que bom que os dois filmes que vc torceu receberam prêmios.
Também gostei destes dois.
Adorei o longa-metragem do Rafael Gomes (Música para morrer de amor),
que infelizmente não foi premiado. Mas é excelente, discute as relações
amorosas do hoje, do aqui agora deste tumultuado século XXI.
Obrigado pela visita e volte sempre!
Bjs