A Primeira Coisa Bela: saga de uma família italiana

De em junho 18, 2012

Bruno (Valerio Mastandrea) e Anna (Stefania Sandrelli) são muito ligados, mas opostos emocionalmente

O diretor Paolo Virzì, que também assina o roteiro ao lado de Francesco Bruni e Francesco Piccolo, dá o mote de seu filme A Primeira Coisa Bela (La Prima Cosa Bella) nas primeiras cenas. Em 1971, na cidade litorânea de Livorno, a família vai a um concurso de beleza e lá são surpreendidos: Anna, interpretada nesta fase por Micaela Ramazzotti, é eleita a mãe mais bonita, para o desgosto do marido Mario (Sergio Albelli) e do garoto Bruno (Giacomo Bibbiani), mas para a alegria tanto da mãe como da filhinha Valeria (Aurora Frasca). A admiração dos homens por Anna, uma mulher bela, desinibida e cheia de vida, provoca a ira do marido, que logo a expulsa de casa com as crianças. Começa aí a saga desta mulher: nada a desanima e ela luta com unhas e dentes para sobreviver e dar uma vida digna aos filhos.

Cartaz do filme dirigido por Paolo Virzì

O filme não tem uma narrativa linear, pelo contrário; como um quebra cabeça, o espectador precisa ir montando toda a história, já que cenas são intercaladas: na infância das crianças, a adolescência delas e por último Bruno e Valeria já adultos. O garoto emburrado Bruno se transforma num professor desinteressando da vida — interpretado por Valerio Mastandrea— e Valeria (Claudia Pandolfi) o procura pois Anna (agora vivida por Stefania Sandrelli) está em fase terminal de uma doença. Meio a contra gosto, Bruno volta a Livorno e retoma sua relação com a mãe e a irmã. Se de um lado Anna é o retrato de uma pessoa alegre e de bem com a vida, seu filho é o oposto: sempre fechado, introspectivo, busca auxílio das drogas para manter-se sóbrio. Ele vive se perguntando por que é tão triste e Anna, com sua alegria pela vida, tenta animá-lo de todas as formas; um de seus conselhos é que tome um banho de mar. O conselho só foi seguido depois da morte da mãe: a cena de Bruno entrando no mar é de uma beleza ímpar!
O filme é conduzido por meio de Bruno (não por acaso direção e roteiro são assinados por homens), mas a figura iluminada de Anna é o diferencial da trama. O que mais me atraiu em A Primeira Coisa Bela foi mesmo o formato com que a história é contada: a todo o momento o espectador é surpreendido com uma novidade na vida daquela família. Os personagens são construídos não de maneira chapada, eles têm densidade, contradições e sentimentos que emocionam o público do início ao fim.

Fotos: divulgação


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