Ao completar 70 anos da morte do escritor, poeta e dramaturgo Oswald de Andrade, o Teatro Promíscuo, sob liderança do ator Renato Borghi, traz para os palcos seu ideário criativo e libertário. O espetáculo Alegria é a prova dos nove, chamado pelo grupo como uma revista antropofágica, faz um passeio pela vida e obra de Oswald, com poemas, trechos de seus livros, cartas, reportagens, desenhos, pinturas, fotos, caricaturas e relatos sobre sua trajetória.

 

 

Com curadoria de Gênese Andrade, a dramaturgia da peça é assinada pela diretora Johana Albuquerque e pelos atores Elcio Nogueira Seixas, Renato Borghi, Regina França e Fernanda D’Umbra. O elenco conta ainda com a participação dos músicos Pedro Birenbaum, Nath Calan e William Guedes; o espetáculo permanece em cartaz no Sesc Pompeia até 8 de dezembro.

 

 

 

 

 

 

 

 

Assim como veteranos artistas que estão em plena atividade — como é o caso de Fernanda Montenegro, Othon Bastos e Nathalia Timberg —, Renato Borghi encabeça o projeto e dá vida a Oswald de Andrade na velhice (a fase adulta do escritor é interpretada por Elcio). No final dos anos 1960, Renato Borhgi e Zé Celso Martinez Corrêa, com o emblemático Teatro Oficina, encenaram o clássico O Rei da Vela, resgatando para o grande público a personalidade criativa, polêmica e anárquica de Oswald de Andrade.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O espectador é envolvido ao projeto desde a entrada na sala de espetáculo: o palco de arena traz grandes telas onde são projetadas obras de artistas modernistas como Tarsila do Amaral, além de desenhos e imagens captadas ao vivo durante a performance. De acordo com a diretora, o grupo debruçou-se sobre a obra do escritor durante seis meses, costurando assim a poesia de Oswald aos acontecimentos que o atravessaram:

 

 

 

 

 

 

“O espetáculo é uma revista antropofágica, com uma linguagem irreverente e musical, que mistura literatura, teatro, artes visuais, canto e vídeo. Também foi um trabalho suado construir esta obra, escrita por várias mãos. Mesmo que a conta seja uma checagem da autenticidade da soma, a alegria é e sempre será  a prova dos nove”, arremata Johana Albuquerque.

 

 

 

 

 

 

 

 

Com uma narrativa dinâmica e criativa, conduzida por lindas canções, os artistas e músicos encantam a plateia nos 120 minutos de duração da peça . A sintonia de todos em cena (incluindo a equipe de contrarregra) é o grande trunfo da montagem. Destaque ainda para a cenografia e objetos de cena e a iluminação. Últimas semanas, não percam. Fique com o clipe de Noturno Mangue, poema de Oswald musicado por Zé Miguel Wisnik, na voz de Ná Ozetti e Wisnik.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Roteiro:
Alegria é a Prova dos Nove. Texto: Oswald de Andrade. Dramaturgia: Johana Albuquerque e Elcio Nogueira Seixas. Direção: Johana Albuquerque. Curadoria de pesquisa: Gênese Andrade. Elenco: Renato Borghi, Elcio Nogueira Seixas, Regina França e Fernanda D’umbra. Músicos: Pedro Birenbaum (piano), William Guedes (cordas) e Nath Calan (percussão e bateria). Direção de arte e cenografia: Simone Mina. Figurinos: Carolina Casarin. Trilha sonora e direção musical: William Guedes. Desenho de luz: Wagner Pinto. Desenho sonoro e operação de áudio: Igor Souza. Visagismo: Leopoldo Pacheco. Fotografia: Gal Oppido Idealização: Elcio Nogueira Seixas e Regina França. Direção de produção: Lukas Cordeiro. Produção executiva: Camila Bevilacqua. Coordenação geral: Teatro Promíscuo. Realização: SESC SP e PROAC SP
Serviço:
Teatro Sesc Pompeia (lugares), rua Clélia, 93, tel. 11 3871-7700. Horários: de quinta a sábado às 20h e domingo às 18h. Ingressos: $70, $35 e $21. Duração: 120 min. Classificação: 14 anos. Temporada: até 8 de dezembro.