Filme: Carol, foto 1

Carol: filme mostra o amor entre duas mulheres em plenos anos 1950

De em fevereiro 4, 2016

Filme: Carol, foto 1

Rooney Mara é a balconista Therese, que se envolve com a sofisticada Carol, papel de Cate Blanchett

As relações afetivas entre pessoas do mesmo sexo hoje, quase duas décadas do século XXI, já são mais comuns e com um nível de aceitação maior na sociedade; no entanto ainda é um tabu e os casais gays (tanto de homens como de mulheres) sofrem discriminação. Imagine então nos anos 1950 se duas mulheres se apaixonassem e resolvessem assumir publicamente a relação! Este é o mote central de Carol, filme dirigido por Todd Haynes que recebeu seis indicações para o Oscar/2016: melhor atriz, atriz coadjuvante, fotografia, roteiro adaptado, trilha sonora e figurino. A história é sobre o encontro da sofisticada Carol Aird, vivida por Cate Blanchett e a balconista de uma loja de departamentos, Therese Belivet, papel de Rooney Mara. Inicialmente a aproximação delas é sutil, mas ambas se sentem atraídas, o envolvimento é inevitável, com consequências bem doloridas para as duas.

Filme: Carol, foto 2

A história de amor entre Carol e Therese é mostrada com delicadeza

Com roteiro de Phyllis Nagy baseado no livro The Price of Salt de Patricia Highsmith, a história começa com Carol na loja, no setor de brinquedos, indecisa sobre o que comprar para a filhinha no Natal; percebendo o estado da cliente, Therese faz uma ótima sugestão, que é aceita. Até aí, tudo normal, mas o espectador já percebe que ambas ficaram perturbadas com este primeiro contato e quando a vendedora vê que a cliente deixou suas luvas na loja, logo se prontifica a devolver e faz uma remessa pelo correio. Carol, ao receber as luvas, convida Therese para um almoço como forma de agradecimento pelo carinho. A partir daí elas iniciam um contato mais próximo e as afinidades se afloram.
Não podemos esquecer que a trama se passa na década de 1950, em que até as leis eram discriminatórias e moralistas. O diretor Todd Haynes não interfere naquela realidade e mostra o encontro entre estas duas mulheres de forma delicada e com muita sutileza. Carol já estava em processo de divórcio e seu marido Harge (Kyle Chandler), ciumento e possessivo, usa a filha do casal para atingir a ex-esposa — ele proíbe a garotinha de passar o Natal com a mãe. Carol, sem forças para enfrentar Harge, resolve fazer uma viagem e convida Therese para ir com ela. Tem início um road movie — especialidade do cinema norte-americano, com as duas mulheres se dirigindo para o oeste do país. Na viagem, como não poderia deixar de ser, elas finalmente se entregam ao amor e justamente por isso caem numa cilada armada por Harge, o que provoca uma reviravolta na vida de todos. Nesta hora difícil, quem socorre o casal é Abby (Sarah Paulson), amiga de infância de Carol, que sabe como conduzir a situação e socorrer a, até então, inexperiente Therese.

Filme: Carol, foto 3

Cartaz do filme dirigido por Todd Haynes

 

 

Com figurinos deslumbrantes e uma excelente caracterização de época (quem gosta de automóveis vai ficar fascinado com os modelos sofisticados do período), Carol é uma linda história de amor, que envolve e emociona o espectador: a cena final deixa a plateia em suspense para descobrir o desfecho da trama. A química e o perfeito entrosamento entre as duas atrizes principais é o grande destaque do filme e as indicações às estatuetas do Oscar são mais do que merecidas.

 

 

 

Fotos: divulgação


6 Comentários

deborah de paula souza

fevereiro 15, 2016 @ 19:01

Resposta

Fiquei especialmente encantada com Cate Blanchet e a elegância da protagonista nos momentos mais dramáticos do filme. Figurino estonteante e direção de arte incrível para uma linda história de amor proibida. Ótima indicação do site. Também fui ver “uma garota dinamarquesa”, que aborda o fenômeno transgênero quando ninguém ainda sabia o que era isso. Um filme lindo, tocante, com interpretações inesquecíveis.

Maurício Mellone

fevereiro 16, 2016 @ 10:30

Resposta

Deborah:
Que delícia receber seu comentário, sempre tão enriquecedor!
Vou assistir ‘Uma Garota Dinamarquesa’ logo, ainda mais depois
de sua dica!
Fui assistir ontem ‘Brooklin’, também uma história de amor vivida
nos anos 50, do ponto de vista da mulher (linda, doce e forte ao mesmo tempo!)
Bjs e obrigado pela visita

Nanete Neves

fevereiro 5, 2016 @ 09:31

Resposta

Esse é um filme delicado e tocante. Esta resenha vai fazer muito mais gente ter vontade de assistí-lo e refletir sobre as perdas que temos de arcar por fazer uma escolha. Nos anos 50… e até hoje muitas vezes.

Maurício Mellone

fevereiro 5, 2016 @ 09:41

Resposta

Nanete,
concordo com vc; infelizmente ainda hoje as questões
levantadas pelo filme precisam ser enfrentadas por
toda a sociedade, para crescermos!
Muito obrigado por sua presença sempre constante
e construtiva!
bjs

Bruno

fevereiro 4, 2016 @ 11:54

Resposta

Que legal!
Quero ver o trailer!

Maurício Mellone

fevereiro 5, 2016 @ 09:41

Resposta

Bruno,
vá assistir ao filme: tenho certeza q vc vai
ficar ‘maluco’ com os modelos de carros dos anos 50!
bjs

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