De Maurício Mellone em janeiro 8, 2014
Desde a inauguração em outubro do ano passado, muito se falou sobre a homenagem que o Museu da Língua Portuguesa vem prestando ao cantor e compositor carioca Agenor de Miranda Araújo Neto, o Cazuza. Mas nunca é demais enfatizar, justamente neste período de férias escolares em que os jovens têm mais tempo livre: CAZUZA mostra sua cara permanece em cartaz até o dia 23 de fevereiro, sempre de terça a domingo, das 10h às 18h, sendo que aos sábados e às terças os ingressos são gratuitos.
Programe-se e leve filhos, sobrinhos e crianças: há entretenimento para todas as idades. E o melhor, a mostra alia aprendizado e cultura com diversão e emoção.
Um verdadeiro mergulho na vida e obra de Cazuza, esta a sensação que tive ao terminar de percorrer o primeiro andar do Museu da Língua Portuguesa, onde está localizada a exposição em homenagem ao cantor. Desde a entrada nos elevadores o público já é brindado com Cazuza cantando no sistema de som e, logo ao sair, o visitante entra na sala que está coberta com fotos dos frequentadores que trazem estampadas nas faces versos das canções do compositor. No local, além de grandes letras que formam o nome do homenageado, há um pequeno estúdio em que o visitante poderá ser fotografado e a curadoria, assinada pelo arquiteto e cenógrafo Gringo Cardia, promete trocar as fotos diariamente.
O próximo ambiente é com uma telona em que são projetados textos em que se rememoram a história da música brasileira, desde os anos 1700 até a geração de Cazuza. Na sequência, a sala que mais me emocionou, pela beleza e sensibilidade: o ambiente é espelhado, do chão ao teto, com profusão de luzes coloridas de neon e o som alto. A sensação é de estar em plena boate, cujo som é somente o de Cazuza. Difícil é ficar parado!
Na outra sala, há seis colunas datadas de períodos da vida do cantor em que são projetadas animações da história brasileira, com destaques aos eventos políticos e sociais do país; à frente das projeções, uma foto de Cazuza do período. A sala seguinte, com um grande sofá, traz vários monitores com depoimentos de amigos de Cazuza e personalidades, que falam sobre questões relacionadas à juventude, como rebeldia, transgressão e a universalização do comportamento inconformado dos jovens, além de passagens da vida do homenageado. Participam Lucinha Araújo, Ney Matogrosso, Sérgio Maciel, Lobão, Marina Lima, Bebel Gilberto e os antropólogos Luiz Eduardo Soares e Maria Goldenberg, a psicanalista Viviane Mosé e o escritor Silviano Santiago, entre outros.
Ao sair o visitante tem duas experiências lúdicas: a primeira é um telefone que ao tocar a pessoa ouve tanto shows como falas de Cazuza; depois é a sala do karaokê: num grande telão são projetadas imagens e as letras das músicas Ideologia e Exagerado, que o visitante pode cantar junto com o ídolo.
Nova sala com monitores que desvendam a estrutura poética das músicas do artista: depois de saber como Cazuza unia rimas, refrãos e versos, a pessoa ouve ele cantando a música analisada. A próxima sala, que fica espelhada com das colunas datadas, traz livros cenográficos com palavras-chave; por meio de um sensor, o visitante escolhe o assunto e assiste a um depoimento de Cazuza sobre o tema. No mesmo ambiente há painéis com fotos do artista, em diversas fases de sua vida.
No corredor de saída, nova surpresa: no teto faixas de protesto, com letras e versos das músicas de Cazuza e na parede armários, que ao serem abertos mostram objetos do cantor, como o tênis, a famosa bandana e os óculos escuros,uma calça de couro vermelha, uma camisa e escova de dente e de cabelos, além de cartas e bilhetinhos escritos a mão por ele. E os banheiros não estão fora da mostra: as portas são pichadas e nos espelhos há vídeos com apresentações do artista.
Saí emocionado e não me contive: fiz todo o trajeto novamente, agora passando devagar por todo o espaço, apreciando o trabalho e o mergulho na obra de Cazuza.
“Há dois anos, quando procuramos a Lucinha Araújo com a proposta de homenagearmos Cazuza, nossa ideia já era apresentar ao público o trabalho do artista, do poeta e do músico, mas com foco na sua inquietação. Na ocasião, nem nos passava pela cabeça as manifestações, que encheram de jovens as ruas do Brasil todo. Temos certeza que esta mostra está sintonizada com os tempos atuais e a obra do Cazuza mais viva do que nunca”, conclui Antonio Carlos Sartini, diretor do Museu da Língua Portuguesa.
Fotos: divulgação
Roteiro:
CAZUZA mostra sua cara. Exposição em homenagem ao cantor, compositor e poeta Cazuza. Curadoria: Gringo Cardia. Museu da Língua Portuguesa, Pr. da Luz, s/nº, Centro, tel. (11) 3322-0080. Horários: de quarta a domingo das 10h às 18h e às terças-feiras das 10h às 22h. Ingressos: geral R$ 6,00; R$ 3,00 para estudantes com carteirinha e documento de identidade; pessoas com 60 anos ou mais; e aposentados com documento comprobatório (terça e sábado, grátis). Temporada: até 23 de fevereiro de 2014.
2 Comentários
Marlon Albuquerque
fevereiro 3, 2014 @ 22:47
Seu blog esta cada dia melhor.
Boa semana amigo.
Grande abraço!
Maurício Mellone
fevereiro 4, 2014 @ 11:23
Marlon:
Obrigado!!!!
Estou editando uma revista (Terraço) que é
distribuída em 4 cidades do interior de SP:
Itu, Salto, Porto Feliz e Boituva. Lá tenho uma
coluna do Favo;
Espero que a audiência aumente mais e os anunciantes se
interessem por este espaço dedicado à arte.
E vc sabe, qdo tiver novidade, fique à vontade para divulgar aqui
no Favo.
bjs