De Maurício Mellone em janeiro 4, 2013
Para homenagear seu pai Etelvino A. Feitosa que completaria 100 anos em 2008, o escritor Z.A. Feitosa debruçou-se na história de sua família para criar Da Canga ao Cangaço: dias de serra e sertão. Num relato emocionado, o autor narra desde a vida pacata do rapaz Elvino, que trabalhava na lavoura de cana-de-açúcar do sertão nordestino, nos anos 20, os acontecimentos que provocaram a fuga do lavrador e sua entrada no cangaço até as lutas sangrentas pelo sertão, os embates entre cangaceiros e forças volantes e a entrada do ex-cangaceiro para as fileiras do exército brasileiro, onde lutou nas revoluções de 30 e 32.
No prefácio do livro, Feitosa confessa que, com sua obra, pretende reverenciar por meio do cangaço a bravura do povo nordestino que sobrevive à força de pancadas de má sorte.
“Imbuído deste espírito, meditei este livro um modesto tributo à memória de meu pai, que viveu dias de contrarrevolucionário, revolucionário e cangaceiro. Empresto voz às suas lembranças e conto apenas um pedacinho da história daquele moço que encontrou sua razão de viver nas lutas em defesa de interesses que nunca foram seus”, argumenta o autor.
Mais do que o relato das aventuras do rapazola Elvino (que só depois de entrar para o exército obteve a certidão oficial de nascimento, em que recebeu o nome de Etelvino), Da Canga ao Cangaço: dias de serra e sertão faz um breve painel histórico do Brasil dos anos 20 e 30, com a dura realidade dos povos do Nordeste brasileiro, que viviam literalmente em terra de ninguém, onde a lei sempre era a do mais forte. Nada justifica as sangrentas batalhas ocorridas pelo sertão nordestino daquela época, mas o livro de Feitosa dá luz a uma realidade daquele momento da história do país.
Jorge Amado, com brilho e riqueza de detalhes, sempre mostrou como viviam os coronéis da Bahia, que comandavam cidades e povoados na base da tirania. Neste livro Feitosa mostra a mesma realidade, só que do ponto de vista do cangaceiro, que também se submetia aos caprichos de coronéis. Invariavelmente para manter o poder local, os coronéis formavam bandos de cangaceiros para lutar por seus interesses.
Z.A. Feitosa é autor também do livro de poesias Borboleta em Cinza, do livro de memórias O Íntimo Ofício e dos romances Mulher Macho, Asas Queimadas e Algolagnia. Da Canga ao Cangaço: dias de serra e sertão tem apoio cultural da Casa Pai Joaquim de Aruanda (CPJA) e a renda obtida com a venda dos livros será destina a esta entidade da religião umbandista. Para saber mais sobre o autor, acesse www.feitosa.net
Fotos: divulgação
4 Comentários
rafaela
janeiro 10, 2013 @ 12:47
Amei muito lindo !
Maurício Mellone
janeiro 10, 2013 @ 14:29
Rafaela:
Que bom q vc gostou da resenha sobre o livro do Fei9tosa.
Se puder ler, vc não irá se arrepender.
abr e volte sempre me visitar
Z.A. Feitosa
janeiro 4, 2013 @ 19:58
Obrigado, meu caro Maurício, por abençoar o meu modesto fazer literário com sua generosa atenção. Bênçãos e êxitos.
Maurício Mellone
janeiro 7, 2013 @ 14:19
Z.A. Feitosa:
q bom q vc gostou da minha resenha. Vou adorar receber sua visita
aqui outras vezes. Feliz 2013!
abr