De em setembro 1, 2011
Como o próprio nome diz, De Dentro e de Fora, a exposição que está em cartaz no Masp, propõe uma questão ao público: onde está arte, na rua ou dentro do Museu? A proposta dos curadores Mariana Martins, Baixo Ribeiro e Eduardo Sareta, proprietários da Galeria Choque Cultural, é exatamente essa: “Experimentamos o trabalho colaborativo, a participação do público em vários níveis. O diálogo com a paisagem urbana e a paisagem humana da cidade. Experimentamos a conversa da arte com a vida paulistana”.
A exposição de arte urbana mundial traz nove artistas vindos dos Estados Unidos, Argentina, República Tcheca e França e os trabalhos vão de grafite, fotografia, vídeo, escultura, pintura até muralismo, colagem e instalações.
O público presente à mostra pode inclusive interferir nas obras: num trabalho do artista tcheco Point, cinco módulos tridimensionais dispostos no hall brincam com a arquitetura de Lina Bo Bardi, criadora do Masp, e as pessoas entram num deles, que contém bolinhas vermelhas de plástico. Os módulos vistos de cima representam o nome do artista.
Os argentinos Chu, Defi e Tec têm três trabalhos. Num deles é uma sátira ácida à sociedade contemporânea: numa esteira de uma fábrica, humanos estão sendo produzidos em série. E os trabalhadores são ursos! Há inclusive o apito que sinaliza o início e término do expediente. Eles também trouxeram para a exposição dois imensos murais feitos a seis mãos: num deles são grafites, que os paulistanos tanto conhecem, que podem tanto ser de Buenos Aires como de qualquer outra metrópole mundial. E o outro painel é um grande quadro negro, com grafites a giz. Parecem anotações deixadas por alunos, nos intervalos das aulas.
O francês JR participa com uma instalação: vídeo com imagens captadas em locais públicos, desde a favela carioca com o registro do dia-a-dia das pessoas até cenas às margens do rio Sena, em Paris.
No entanto quem mais me chamou a atenção em De Dentro e de Fora foi o francês Invader. O artista, que não se deixa fotografar e ninguém sabe seu verdadeiro nome, trouxe para a mostra A Invasão de São Paulo. Tanto dentro do museu como fora dele, em mais de 50 locais da cidade, ele espalhou azulejos, numa interferência criativa e sutil. No espaço tradicional da exposição, há um imenso mural com os azulejos, mas o interessante é que o frequentador do museu e da mostra poderá sair pela cidade à cata dos azulejos. Já consegui avistar seis de suas instalações: na Avenida Paulista e nas ruas da Consolação, Teodoro Sampaio e Cardeal Arcoverde. Basta ficar atento e logo se avista os belos e criativos azulejos. Tente você também!
A exposição permanece em cartaz até o final do ano, mais precisamente até o dia 23 de dezembro. A boa dica é que o ingresso é gratuito às terças-feiras!
Fotos: Divulgação (http://dedentroedefora.com/)
2 Comentários
Dinah
setembro 2, 2011 @ 15:32
oi, Maurício, essa expo é boa mesmo…
bjs, Dinah
Maurício Mellone
setembro 2, 2011 @ 16:03
Dinah:
E é bem democrática: atinge grande número de pessoas e idades diferenciadas.
bjs e obrigado pela visita