Filme: De onde eu te vejo, foto 1

De onde eu te vejo: ótima comédia romântica com Sampa como personagem

De em abril 11, 2016

Filme: De onde eu te vejo, foto 1

Ana (Denise Fraga) e  Fábio (Domingos Montagner), depois de 20 anos juntos, decidem se separar

 

 

Numa briga insana contra a enxurrada de filmes blockbuster (luta real contra batman e superman), a adorável comédia romântica do diretor Luiz Villaça De onde eu te vejo precisa ser assistida por grande número de pessoas já na primeira semana para continuar em cartaz, ou pelo menos se manter em sessões fixas nas salas de exibição. Esta a triste realidade dos filmes brasileiros: se a primeira semana de exibição não tiver grandes plateias, o filme pode ser relegado a uma ou duas sessões diárias e, pior, no meio da tarde!
E o filme estrelado por Denise Fraga e Domingos Montagner não merece este destino. A trama é envolvente e cativa o espectador desde o início: tudo começa com o casal Ana Lúcia e Fábio dividindo e arrumando os móveis, já que decidiram se separar depois de 20 anos juntos. Mas o curioso da separação é que Fábio vai morar exatamente do outro lado da rua e, da janela, ambos permanecem a ‘vigiar’ a vida do outro. Entre eles, Manoela (Manoela Aliperti), a filha que está prestando vestibular e passa numa faculdade do interior. Mais uma separação que eles têm de enfrentar.

Filme: De onde eu te vejo, foto 2

O casal precisa lidar com outra separação, a da filha (Manoela Aliperti), que vai estudar fora

Com roteiro assinado por Rafael Gomes, Leonardo Moreira e Luiz Villaça,
a trama é recheada de cenas engraçadas, mas aos poucos o espectador é laçado para um drama comum aos grandes centros e à vida de pessoas de meia idade. É que a história de Ana e Fábio é toda construída em São Paulo — ele vem do interior para trabalhar como jornalista na capital e ela acaba de chegar do Rio e deseja, como arquiteta, construir uma cidade colorida e com menos cinza. Assim como a metrópole que não para um segundo, a vida de ambos toma rumos inesperados: ela começou como fotógrafa no jornal em que Fábio trabalhava e hoje é uma espécie de corretora (busca imóveis antigos para virarem grandes empreendimentos imobiliários). Ele, depois de longa carreira, é demitido e precisa se recolocar no mercado de trabalho.

 

“A ideia do filme veio da vontade de contar uma história de amor através da separação, fazendo o paralelo com a dinâmica de uma cidade”, diz Luiz Villaça.

 

E sem dúvida outro personagem da história é a cidade de São Paulo, em constante e profunda transformação. Tanto que Fábio, desamparado com a separação e a demissão, procura por locais da cidade que fizeram parte de sua vida (a cantina em que comemorava os aniversários do casal está no chão, e abriga um estacionamento; o velho cinema, também abandonado e à venda). Por outro lado, Ana vagueia pela cidade e se depara com histórias de pessoas muito ligadas aos locais onde moram. É emocionante a relação dela com Yolanda, interpretada por Laura Cardoso, uma velhinha que se recusa a deixar seu apartamento, onde mantém um viveiro de pássaros. A negociação de Ana com o proprietário do cinema (Juca de Oliveira) também é tocante.
Como jornalista e um pouco mais velho que o personagem central, o filme me emocionou muito — vivi cenas em redação idênticas às de Fábio, além da identificação com o tema principal, separação e perda.

Filme: De onde eu te vejo, foto 3

Fábio e Olga (Marisa Orth): jornalistas que são demitidos

Com uma história bem construída — a relação de um casal maduro, e a perfeita sintonia na interpretação de Denise Fraga e Domingos Montagner, além de participações essenciais à trama (Marisa Orth como amiga do casal, Laura Cardoso, Fúlvio Stefanini e Juca de Oliveira), De onde eu te vejo realmente precisa vencer o combate com os super-heróis blockbusters da vida!

Um filme sensível e adorável. Não perca!

 

 
Fotos: divulgação


6 Comentários

Antoune Nakkhle

abril 13, 2016 @ 17:49

Resposta

Deu mais vontade ainda de assistir. Pretendo ir amanhã!

Maurício Mellone

abril 13, 2016 @ 18:10

Resposta

Antoune,
tenho certeza q vc irá curtir muito a peça dirigida pelo Pâmio
Depois volte para deixar aqui seus comentários
bjs e obrigado pela visita!

Bruno

abril 12, 2016 @ 15:49

Resposta

Olá Maurício,

Eu assisti ontem a noite, realmente tinham poucas pessoas na sala (mas era segunda feira), porém elas riram e se emocionaram muito, O filme é impecável tanto no roteiro, fotografia e interpretação. Amei!

Maurício Mellone

abril 13, 2016 @ 17:33

Resposta

Bruno,
tanto a Denise como o Luiz dizem que as pessoas que assistem
ao filme se emocionam (basta furar a barreira da distribuição)
Que bom q vc gostou!
Obrigado pela visita
bjs

Dinah

abril 11, 2016 @ 19:17

Resposta

Maurício,
Bacana a resenha! Você tinha comentado comigo sobre o filme e íamos ver no fim de semana (Valéria, Cacá e eu), ma, por reviravoltas comuns a quem tem filho, não deu certo!
Está na lista e espero contribuir para que o filme fique longo tempo em cartaz e em horários nobres!

beijo,
Dinah

Maurício Mellone

abril 12, 2016 @ 10:28

Resposta

Dinah,
Vá logo, como o Luiz e a Denise disseram, os
filmes nacionais precisam ter plateias na primeira semana,
senão ficam em sessões esparsas….
Boi Neon é um exemplo: ficou no Reserva, somente uma sessão, 17h!
Tenho certeza q vc irá gostar e se emocionar com a história do casal
e, em particular, o destino dos jornalistas retratados na trama.
bjs e obrigado pela visita!

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