De em abril 4, 2011
Para marcar os 40 anos de carreira, o ator Edwin Luisi resolveu comemorar no palco. Escolheu uma peça que já havia lhe proporcionado muitas alegrias há dez anos (e diversos prêmios também) e pediu que Bibi Ferreira voltasse a dirigi-lo. Pronto, novo sucesso! A comédia de Eloy Araújo Tango, Bolero e Cha Cha Cha acaba de estrear em São Paulo depois de cumprir temporada carioca de um ano, sempre com casas lotadas.
A trama não apresenta grandes mistérios, o que prende a atenção da plateia é a forma de desvendá-los. A peça começa com Clarice, vivida por Cris Nicolotti, em estado catatônico ao ler uma carta do marido, que a abandou há dez anos, dizendo que virá ao Brasil e quer revê-la. O filho Dênis (Johnny Massaro) ao saber do teor da carta, se revolta e diz que não deseja conhecer o pai. Até aí, tudo parece ser uma relação familiar que se rompeu, mas na verdade o autor tem um trunfo. Daniel abandonou a família, viajou para a França e tornou-se a transexual Lana Lee, que encanta as noites parisienses com seus shows glamorosos. A aparição de Edwin Luisi como Lana tem um suspense e ele entra triunfalmente! A sequência de mal-entendidos até que mãe e filho entendam que Daniel hoje é Lana Lee ganha mais intensidade com a participação de Peter, atual marido da artista, vivido por Carlos Bonow, e da divertida empregada Genevra, interpretada por Carolina Loback.
O grande destaque fica mesmo para a performance de Edwin Luisi e sua composição da transexual: os chiliques que dá em cena são hilários, primeiro porque é alérgica a perfumes (espirra de forma espalhafatosa, o que provoca gargalhadas do público) e depois por não saber lidar com a reação de sua antiga família para as novidades que traz na bagagem. Resolvidos os problemas, tudo termina em Paris. Com tantos musicais na cidade, a plateia pode sentir falta de mais volume e maior número de dançarinos na cena final da boate. No entanto, as gargalhadas são garantidas e conferir Edwin/Lana/Luisi/Lee no palco já valeu e muito o ingresso!
Fotos: Fernando Filho
2 Comentários
aline
abril 6, 2011 @ 18:22
Mau, critica perfeita! Fiquei realmente encantada com o vigor do Edwin no palco.E concordo que o final, por conta do palco “vazio” acaba terminando pra baixo. Mas valeu muito ter assistido. tenho recomendado para todas as “coleguinhas ” de trabalho.
bju
Maurício Mellone
abril 7, 2011 @ 14:44
Aline:
Que bom q vc gostou e concordou comigo sobre o final (Sampa hoje é palco de diversos musicais e a cena final deixa a desejar se comparada às dos musicais).
Mas nada desmerece a performance do Edwin!
Bjs