De Maurício Mellone em maio 27, 2013
A diretora e atriz Petra Costa reuniu todo o material que dispunha sobre a carreira de sua irmã — filmes caseiros, reportagens de jornal, cartas e um diário — e viajou a Nova York para resgatar a história de Elena. Em 80 minutos de projeção o público é conduzido às reminiscências de uma família em que a filha mais velha, Elena Andrade, depois de ter iniciado a carreira de atriz no teatro, resolve tentar a sorte nos Estados Unidos. Viaja, mantém contatos com produtores norte-americanos e como as respostas não vieram no tempo que esperava, desiludiu-se e volta ao Brasil. Tempos depois, é avisada que fora aprovada num curso de interpretação e desta vez viaja, só que na companhia da mãe e da irmãzinha de sete anos, Petra.
No filme, Petra, que seguiu a carreira da irmã, refaz a mesma viagem 20 anos depois para tentar entender a história de vida de Elena e assim reconciliar-se consigo mesma.
Com uma fotografia sensível e narração em off da própria diretora — que assina o roteiro em parceria com Carolina Ziskind —, Elena é um filme denso e que retrata o processo depressivo porque passou a atriz na difícil tentativa de realização profissional num mercado extremamente competitivo como o dos Estados Unidos. Com a ajuda da mãe, Petra procura refazer os passos da irmã em Nova York. Aos poucos o público percebe que esta busca é na verdade para que ela mesma, Petra, se livre dos fantasmas da violenta e precoce morte da irmã.
“Pouco a pouco, as dores viram água, viram memória.”
Esta frase dita pela diretora nas últimas tomadas revela bem a intenção de resgate do filme. Elena fala no fundo de saudade e da dificuldade de se lidar com a perda, principalmente quando se trata de uma criança de sete anos. As cenas finais com mãe e filha deitadas na água são tocantes, assim como a fusão das cenas de Elena dançando no palco e de Petra também apresentando uma coreografia.
Elena venceu quatro prêmios no Festival de Brasília/2012, na categoria documentário: melhor filme, direção, direção de arte e montagem.
Fotos: divulgação
2 Comentários
Flavio
maio 28, 2013 @ 00:41
Maurício, achei muito extenso e cansativo, o som muitas vezes ficava baixo , principalmente em cenas externas, onde o ruído se misturava com a fala da diretora/narradora! Nao é o estilo de filme que gosto e a sinopse apresentada pelos veículos de comunicaçao nao sao fiéis ap verdadeiro enredo! Se soubesse , nao iria ! Nao recomendo !
Maurício Mellone
maio 28, 2013 @ 11:53
Flávio:
Elena não é um filme para grandes plateias mesmo;
é introspectivo e retrata um resgate dolorido
da irmã que faleceu qdo a diretora do filme era uma criança.
Fiquei muito emocionado em alguns momentos.
bjs