Eclipse, peça do Grupo Galpão

Grupo Galpão de volta com Eclipse, peça baseada na obra de Tchékhov

De em outubro 4, 2012

Eclipse, peça do Grupo Galpão

Inês Peixoto, Julio Maciel, Lydia Del Picchia, Simone Ordones interpretam as pessoas reclusas numa sala durante o eclipse solar

De volta a São Paulo, o grupo mineiro Galpão está em cartaz no SESC Vila Mariana com mais um espetáculo sobre o universo do dramaturgo russo Anton Tchékhov. No final do ano passado a companhia apresentou o clássico Tio Vânia (aos que vierem depois de nós) e desta vez o mergulho na obra do autor foi mais profundo. Sob orientação do diretor russo Jurij Alschitz, os atores pesquisaram e leram peças e contos de Tchékov para criarem o espetáculo Eclipse. Reclusos numa ampla sala durante o período de um eclipse solar, cinco pessoas refletem sobre a existência humana, discutindo temas de relevância para cada um de nós, como fé, felicidade, solidão, caos.

Eclipse, peça do Grupo Galpão, foto 2

Como o eclipse demora, as pessoas tomam atitudes absurdas

Por uma grande porta transversal ao palco e um potente foco de luz, os atores entram em cena e anunciam que dentro de instantes um eclipse solar vai acontecer. Ansiosos e alegres com a iminência do peculiar fenômeno natural, os dois homens e as três mulheres começam a divagar, primeiro sobre o eclipse e a reação que ele traz às pessoas; depois as reflexões começam a se tornar mais profundas e agudas. Com o início do eclipse, a porta se fecha e por uns instantes há a escuridão, mas aos poucos a luz ambiente se restabelece e as discussões começam a tomar outros rumos. As reflexões sobre a condição de vida propostas pelo grupo preso na sala têm como base os contos de Tchékhov. O interessante é que com a demora para o fim do eclipse as pessoas alteram os ânimos, há confrontos de ideias e as atitudes de cada um tornam-se no mínimo absurdas e descabidas.

Eclipse — que estreou em Minas Gerais no fim do ano passado e já passou pelo Festival de Curitiba e por temporada carioca — surgiu do encontro do grupo com o diretor russo residente em Berlim. Depois de longo treinamento e pesquisa (na Alemanha e em Belo Horizonte), o espetáculo tomou vida. Jurij Alschitz, que assina a direção, dramaturgia, cenografia e figurino, contou ainda com a colaboração de Diego Bagagal na direção e da direção musical de Ernani Maletta. O espetáculo permanece em São Paulo só até o próximo dia 14 de outubro.


Fotos: Guto Muniz e
Bianca Aun


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