De Maurício Mellone em abril 14, 2025
Com a pandemia da Covid 19, como todos os teatros do país, o Instituto Cabobianco cerrou suas portas. Após quatro anos, a instituição, marco das atividades culturais da cidade de São Paulo, está de volta, totalmente reformado. E a novidade é que nos próximos 10 meses a Mundana Companhia será a responsável pela curadoria e produção cultural da casa:
“Uma Residência Artística nos moldes dessa que vamos realizar nos próximos meses junto ao Instituto Capobianco é rara na história do teatro brasileiro. Essa experiência chega num momento em que a Mundana Companhia se propõe a olhar para seu passado através de remontagens, ao mesmo tempo que se projeta no futuro com novas invenções”, explica Alury Porto, um dos criadores da Mundana.
O comovente monólogo Meu nome: mamãe — dirigido por Janaina Leite — foi o escolhido para a reabertura do Instituto Capobiando. Tendo como base as histórias pessoais do ator Aury Porto, a dramaturga Claudia Barral remontou a relação que ele e sua família mantêm com a mãe, portadora de mal de Alzheimer há mais de 15 anos.
“Ações, esboços de diálogos, depoimentos e intervenções foram sendo paulatinamente lapidados e reorganizados em um exercício delicado de tessitura de fios de memória e de experiência. A dramaturgia reconstitui, em um mosaico, os laços que unem mãe e filho. São cenas da vida cotidiana que, tocadas pela condição do Alzheimer, se reestruturam não para o apagamento, mas para o aflorar de uma transformação”, conta a dramaturga.
Já havia assistido ao espetáculo no ano passado e tive a chance de rever a reestreia na última sexta, desta vez com casa cheia. A emoção só se multiplica. Um dos grandes momentos da carreira de Aury Porto. Não deixe de assistir: a temporada se estende até 01 de junho. Além das apresentações, haverá ainda duas mesas de conversa, com o tema Autoficção na cena teatral contemporânea.
Roteiro:
Meu nome: mamãe. Idealização, texto e atuação: Aury Porto. Direção: Janaina Leite. Dramaturgia: Claudia Barral. Cenário e figurino: Flora Belotti. Trilha sonora: Rodolfo Dias Paes (DiPa). Iluminação: Ricardo Morañez. Fotografia: Renato Mangolin. Produção: Bia Fonseca e Aury Porto.
Serviço:
Teatro Instituto Capobiando (77 lugares) Rua Álvaro de Carvalho, 97, tel. 11 3237-1187. Horários: de sexta a domingo às 20h. Ingressos: R$30 e R$15. Vendas: Sympla. Duração: Rodas de c55 min. Classificação: 14 anos. Temporada: até 01 de junho.
Rodas de Conversa: dia 13/05, às 19h, com Janaina Leite e Kelson Succi; dia 20/05, às 19h, com Maria Amélia Farah e Khazar Masoumi. Entrada gratuita.
2 Comentários
Mônica Moura
abril 15, 2025 @ 07:52
Resenha muito perfeita. Parabéns meu amigo, seu trabalho é incrível.
Maurício Mellone
abril 15, 2025 @ 15:02
Mônica:
Querida, esta peça é emocionante, sobre uma doença
que atinge uma infinidade de pessoas e famílias
no Brasil e no mundo (a população está envelhecendo
e este mal afeta a todos)
Volte sempre, obrigado pelo incentivo e apoio
Beijos