Monique se liberta: livro de autoficção do autor francês Édouard Louis

De em dezembro 20, 2024

 

 

Romance do escritor francês Édouard Louis, um lançamento da editora Todavia

 

 

Escritor nascido em Hallencourt, norte da França, em 1992, Édouard Louis vem sendo reconhecido pela crítica e pelo público por sua literatura de autoficção que retrata as injustiças sociais e as dificuldades de sobrevivência das classes menos abastadas, além de denunciar a homofobia e a violência sexual doméstica.

 

 

Depois do sucesso com suas primeiras obras (O fim de Eddy/2018, Quem matou meu pai/2023 e Lutas e metamorfoses de uma mulher/2023), Édouard Louis retoma o tema sobre sua mãe: em Monique se liberta, com tradução de Marília Scalzo e lançado no Brasil pela Todavia, ele relata como ajudou sua mãe Monique a se libertar de uma relação opressora. Em pouco menos de 100 páginas, o autor conta em detalhes o processo de fuga da mãe, desde o primeiro telefonema em que ela pedia ajuda — morava no apartamento do opressor em Paris — até o momento em que ela reconstrói a vida numa cidade do norte da França.

 

 

 

Aos 32 anos, Édouard Louis já tem 6 livros, traduzidos  em 20 países

 

 

Formado pela aclamada École Normale Supérieure de Paris, Édouard Louis hoje aos 32 anos é autor de seis romances, com traduções em mais de 20 países. No entanto teve uma trajetória árdua e de luta, retratada em sua obra, contra a opressão e as injustiças. O escritor esteve no Brasil em setembro para participar da Flip- Festa Literária de Paraty e divulgar Monique se liberta.

 

 

 

 

 

 

 

 

A obra é dividida em três partes: a primeira contém 63 páginas e traz todo o relato do processo de Monique para deixar o homem com quem vivia em Paris; a segunda parte com 12 páginas já mostra o mundo novo desta mulher e como vive na pequena casa no interior do país, totalmente livre. Neste trecho do livro Louis também conta sobre a adaptação para o teatro de seu livro Lutas e metamorfoses de uma mulher por um diretor alemão: a trama discorre como Monique se livrou do marido, seu primeiro opressor. A terceira e última parte é pequena e revela como Monique está plena de si e, justamente por isto, sugere ao filho que escreva outro livro contando sobre sua transformação.

 

 

 

 

Obra de Virginia Woolf

 

 

 

Mais do que contar o passo a passo de Monique para deixar o homem com que vivia, o escritor ressalta a importância do sentido de liberdade para esta mulher. Nesse momento da trama, Louis cita o livro de Virginia Woolf, Um teto todo seu, em que a ilustre autora britânica fala do que é preciso para uma mulher se tornar uma escritora:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

“Um quarto, um espaço, paredes, chave, dinheiro: cem anos depois, é também do que minha mãe precisava; não para se tornar escritora, mas para se tornar uma mulher mais livre e mais feliz. Woolf  já havia entendido, cem anos antes, que a liberdade não é, em princípio, uma questão estética e simbólica, mas uma questão material e prática. Que a liberdade tem um preço”, enfatiza o escritor.

 

 

 

 

Durante a leitura é possível  intuir também que, além da conquista da liberdade de Monique, Édouard Louis revê a sua relação com a mãe, pondera sobre suas atitudes e finaliza a obra confessando:

 

 

 

“Por meio dela (Monique), descobri o prazer de escrever a serviço de outra pessoa. Aprendi o encanto da invisibilidade, de me tornar apenas um olhar na história de um destino que não o meu. Este livro é resultado de uma encomenda da minha mãe. E nada na literatura me deixou mais feliz”, conclui.

 

 

 

 

 

Ficha técnica:
Título: Monique se liberta
Autora: Édouard Louis
Editora:Todavia, 96 pgs
Preço: R$ 54,90 

 

 

 

 

Fotos: divulgação

 

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