De Maurício Mellone em abril 3, 2013
Com temporada paulistana no Teatro GEO prevista para até o final de maio, Milton Nascimento- Nada Será Como Antes, o musical, faz merecida homenagem ao cantor e compositor carioca, mas mineiro de alma, que acabou de completar 70 anos de vida e 50 de carreira bem-sucedida. Os diretores cariocas Charles Möeller e Claudio Botelho, que têm na bagagem musicais de grande sucesso, resolveram se debruçar sobre a obra de Milton Nascimento como uma forma de homenagear o ídolo dos dois e de toda uma geração. Sem nenhuma palavra, o espetáculo é composto das canções do compositor — e são mais de 40 executadas por 14 atores e músicos, que se revezam tocando os instrumentos —, que revelam o universo lírico de Bituca, como carinhosamente é chamado pelos amigos.
“Talvez o caminho mais fácil fosse fazer uma biografia. Preferimos uma travessia: mostrar a obra, que é o que importa, e não o autor. No palco, nenhuma palavra que não seja cantada, que não tenha se tornado música através dele e de seus parceiros. Precisa mais?”, questiona Claudio Botelho, que assina o roteiro e direção musical do espetáculo.
Num cenário de poucos objetos que remete o espectador para dentro de uma casa com elementos da cultura mineira, o musical é constituído de quatro partes, representando as estações do ano:
“Cada canção tem uma ideia, uma cena fechada, com uma ligação nem sempre explícita com a seguinte. São histórias dentro de uma mesma história”, explica Charles Möeller, que além de responder pela criação e direção assina o figurino.
No entanto, o que resume Milton Nascimento- Nada Será Como Antes, o musical é a emoção. As melodias, as letras e os temas das composições de Milton e seus parceiros fazem parte do imaginário do brasileiro, tanto que o espectador é conduzido desde o primeiro acorde para o universo da obra do cantor e cantarola todas as músicas, em parceria com o elenco. Fiquei emocionado em diversos momentos do musical e teria dificuldade de ressaltar alguma canção executada. Porém, Cláudio Lins interpretando Caçador de Mim (Sérgio Magrão/Luís Carlos Sá) sintetiza o tom delicado e de pura emoção do espetáculo:
Se é difícil destacar algum número musical, é extremamente fácil realçar o talento dos 14 atores e músicos: estão em perfeita sintonia e surpreendem a plateia ao se revezarem tocando diversos instrumentos.
“São todos uma única voz a serviço da brilhante obra musical de Milton Nascimento”, salienta Botelho.
Milton Nascimento- Nada Será Como Antes, o musical são 90 minutos de encantamento e justa homenagem ao mestre Bituca. Único senão: achei o figurino deslocado do contexto e em alguns momentos até destoando do brilho do musical. Todavia, a beleza e emoção sobressaem e o público sai em estado de graça do teatro. Imperdível, em cartaz só até o final de maio! Fique com mais um aperitivo: a canção Amor de Índio (Beto Guedes e Ronaldo Bastos), interpretada por Estrela Blanco e Pedro Sol.
Fotos: Guga Melgar
6 Comentários
Adriana
abril 4, 2013 @ 08:18
Maurício, seu texto expressou, perfeita e impecavalmente, toda a beleza do espetáculo. Achei maravilhosas – e emocionantes – as interpretações de Caçador de Mim e de Amor Índio. O único senão, realmente, é o preço. Mas isso, infelizmente, não é o caso somente deste musical. Beijos
Maurício Mellone
abril 4, 2013 @ 14:13
Adriana:
Que bom recebê-la aqui no Favo!
Obrigado pelos elogios e fico na torcida para
q vc consiga assistir ao musical sobre o Milton Nascimento!
Bjs e volte sempre, vou adorar!
Dinah Sales de Olive
abril 3, 2013 @ 15:46
Maurício,
Bela resenha do espetáculo!
Ah, esse toda mineira (como eu) devia ver, não acha?
Só me conta mais uma coisa: o preço do ingresso…e aí, vou ter de pensar, repensar e calcular antes de me decidir…rsrsrssss
Mas gostei muito da interpretação do Caçador de Mim; o outro vídeo não consegui abrir, será que o problema é aqui? Alguém mais reclamou?
beijo,
Dinah
Maurício Mellone
abril 3, 2013 @ 18:46
Dinah:
O maior problema é o apontado por vc: o preço dos ingressos
(100,00 e 150,00), salgado!
No meu PC consigo abrir os dois vídeos; tente outra vez, quem
sabe é com a sua máquina (tomara q vc consiga).
Vc percebeu q agora com a ajuda do técnico, consigo colocar o vídeo
no próprio post, sem que seja preciso abrir página fora do Favo?
Obrigado pela visita e presença constante!
bjs
aline
abril 3, 2013 @ 15:26
Delícia de espetáculo! E seu texto sempre impecável!
Difícil mesmo destacar um dos musicais, mas meu preferido, até pela inclusão de uma certa dramaturgia foi “Encontros e Despedidas”. As banquetas formando o trem e o elenco representando pequenas cenas de chegadas e partidas… com direito ao botão rew no final, foi bacana demais! bjus
Maurício Mellone
abril 3, 2013 @ 18:47
Aline:
Vc tem toda a razão, o número de ‘Encontros e Despedidas’ é esplêndido!
Pena q não consegui achar o clipe na net…
bjs e obrigado pela força!