Filme: O Clube, foto 1

O Clube: filme chileno escancara pecados de padres da igreja católica

De em outubro 10, 2015

Filme: O Clube, foto 1

Cena em que os padres observam de longe a corrida de cães

Vencedor do Urso de Prata no Festival de Berlim/15 e representante do Chile para concorrer a filme estrangeiro do próximo Oscar, O Clube, do diretor Pablo Larraín, não alivia em nenhum instante, pelo contrário, mostra todos os lados dos crimes cometidos por representantes da igreja católica. Numa casa isolada do litoral longínquo do Chile, cinco padres e uma missionária vivem reclusos —numa espécie de prisão física e mental —, depois de terem sido afastados do sacerdócio pelas mais variadas atrocidades, como pedofilia e abuso sexual, participação em adoção ilegal de crianças e até agressão a jovens.
No entanto, nada é mostrado de antemão ao espectador, tanto que a cena inicial é na praia, com alguns homens (sem trajes eclesiais) treinando um cão que participa de corridas. Aos poucos o contexto destes homens vem à tona, justamente com a chegada do Padre Lazcano (José Soza), que chega para se juntar àquele grupo de antigos sacerdotes. O novo morador atrai para lá um homem desequilibrado, Sandokcan (Roberto Farías), que começa a gritar e confessar como fora violentado na infância por Lazcano. O desfecho deste incidente vai modificar radicalmente o cotidiano de todos.

Filme: O Clube, foto 2

Marcelo Alonso vive o Pe Garcia, enviado do Vaticano para investigar a vida dos ex-padres

Aos gritos, Sandokcan descreve com detalhes como era abusado por Lazcano; o constrangimento é geral entre os padres, que sugerem ao novo morador que assuste o intruso com uma arma. Mas Lazcano sai e se suicida na frente do homem que gritava. Envolvido em novo escândalo, o Vaticano envia o Padre Garcia (Marcelo Alonso), que começa uma verdadeira devassa naquela casa, interrogando cada morador e as verdadeiras razões que o levaram para lá.
Sem maniqueísmo, o roteiro (assinado pelo diretor em parceria com Guillermo Calderón e Daniel Villalobos), durante as investigações do padre Garcia, expõe tanto os argumentos dos padres reclusos, que tentam se defender ou justificar seus atos, como o moralismo e a ideologia conservadora do inquisidor e da própria Igreja Católica. A solução para que a casa não feche acirrra ainda mais os ânimos, tanto dos padres como da população do vilarejo.

Filme: O Clube, foto 3

Cartaz do filme, que traz a rotina exigida aos reclusos

 

 

 

Com um tema sombrio, denso e aflitivo, as imagens do filme são em tons também sombrios, com um azulado que destaca a clausura e o horror do que é descrito  — o diretor não expõe as cenas e crimes cometidos, que poderiam chocar; ele as sugere. Mas tudo é falado explicitamente, sem qualquer rodeio. Com um elenco coeso e interpretações viscerais (principalmente de Roberto Farías, Marcelo Alonso e José Soza), O Clube provoca o espectador, incita-o a refletir. Impossível sair incólume do cinema.

 

 

 

 

 

Fotos: divulgação


2 Comentários

marcos aranega

outubro 16, 2015 @ 12:53

Resposta

O comentário do filme O Clube me deu vontade de vê-lo.

Maurício Mellone

outubro 19, 2015 @ 17:40

Resposta

Marcos,
o filme chileno põe as feridas da
Igreja Católica à vista de todos.
Uma boa reflexão; espero q vc vá assistir.
Se puder, volte para deixar sua opinião sobre
o filme.
abr e obrigado pela visita

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