De em junho 13, 2011
Los hermanos argentinos têm uma farta produção cinematográfica e invariavelmente de boa qualidade. Felizmente nos últimos anos estamos tendo acesso a muitos desses filmes. O Homem ao Lado, que está em cartaz, é um desses da safra atual argentina. Com direção dupla de Mariano Cohn e Gastón Duprat, o filme retrata o conflito dos vizinhos Leonardo (Rafael Spreguelburd) e Victor (excelente composição de Daniel Aráoz). O motivo da discórdia é exatamente a construção de uma janela no apartamento de Victor que deixa totalmente devassável a casa do designer Leonardo, justamente a célebre Casa Curutchet, que o famoso arquiteto Le Cobusier projetou em La Plata, único de seus projetos na América.
Sentindo-se invadido e alegando que a janela não poderia ser construída, Leonardo inicia uma interminável disputa com Victor, um homem rude mas que tenta argumentar dizendo que precisa de luz solar em seu pequeno apartamento. A disputa revela ainda o abismo social entre os vizinhos: de um lado um renomado designer e professor universitário e de outro o pobretão e simplório Victor. O choque entre os dois mundos é evidenciado em todo o filme, mas nas cenas em que o casal oferece uma festa aos amigos e Victor aparece com uma das convidadas, há um constrangimento geral; no entanto Victor se esbalda e não dá a mínima para o clima que criou
As situações inusitadas provocadas por Victor — a forma como se intromete na vida familiar do vizinho — são hilárias e chegam a interferir na vida amorosa e profissional de Leonardo. O casal resolve viajar para tentar esquecer os problemas e deixa a filha aos cuidados da empregada. O vizinho percebe que elas serão assaltadas e toma à frente da situação.
Único senão: o desenrolar final é um tanto desconcertante e rompe o ritmo com que o enredo estava sendo conduzido até então.
Foto: Divulgação
3 Comentários
Mario Viana
junho 16, 2011 @ 19:22
Maurício, discordo do seu último parágrafo. Acho que o final do filme está coerente com o desenvolvimento dos personagens, se vc parar pra analisar. O egoísmo, a possibilidade de solucionar de vez o impasse, tudo se passa naquele momento. É muito bem sacado. E sem o interminável matraquear que acomete os filmes brasileiros, onde os personagens precisam dizer absolutamente tudo, não deixam um espacinho pra nossa imaginação…
O Homem ao Lado é um grande filme.
Sae Eyes
junho 15, 2011 @ 20:23
Adorei o vosso símbolo dos direitos iguais.
Gostava de usar a ideia para fazer um para Portugal, mas gostava de saber um pouco da história e pareceu-me, ao passar no seu blogue, que seria um dos autores ou responsáveis pela ideia ou sua divulgação.
Como não descobri o seu mail, escrevi aqui, mas agradeço que me responda por e-mail.
sadeyes.gf@gmail.com
Maurício Mellone
junho 16, 2011 @ 15:33
Sae:
Faço parte de um grupo de blogueiros gays; nós tivemos essa ideia
e todos divulgam o símbolo em seus veículos.
Vou te enviar e-mail
abr