De Maurício Mellone em julho 22, 2014
Conhecido por ter dirigido Cinema Paradiso (vencedor do Oscar de filme estrangeiro de 1988), Giuseppe Tornatore é diretor e roteirista de O Melhor Lance (La migliore offerta), filme que acaba de estrear e retrata os bastidores do mercado internacional de artes plásticas. Virgil Oldman, interpretado pelo ator australiano Geoffrey Rush, é um requintado leiloeiro, reconhecido internacionalmente, que durante os leilões que organiza aplica golpes (desvaloriza algumas peças e as adquire por preços abaixo do mercado) e assim enriquece e valoriza sua coleção de obras raras. Para que consiga obter as peças, o leiloeiro conta com a ajuda de Bily (Donald Sutherland), que frequenta os leilões e arremata as peças que interessam a Oldman.
Entretanto, tudo se modifica quando o leiloeiro é contratado pela misteriosa Claire Ibbetson (Sylvia Hoeks) para catalogar móveis e objetos de arte da antiga mansão dos pais dela.
Excêntrico — não tira as luvas das mãos —, Oldman mora só, nunca se envolveu emocionalmente com alguém e venera seu acervo de arte, que mantém em sala fechada como uma caixa forte. No entanto, ao aceitar trabalhar para Claire, que vive reclusa e se nega a aparecer, ele começa a entrar no jogo de esconde-esconde proposto pela moça e não mede esforços até conhecê-la pessoalmente. E com Claire ocorre o mesmo: se inicialmente ela o rejeita e o trata de maneira fria e calculista, com o passar do tempo ela começa a confiar no leiloeiro, aceita seus ricos presentes e cede aos encantos do aristocrata.
Paralelamente a este jogo de sedução, Oldman rouba pequenas peças do casarão e, com a ajuda do mecânico Robert (Jim Sturgess), consegue montar um inusitado robô, que pode ser muito valioso. Robert, além de montar o desejado objeto, passa a ser o confidente e mestre na arte da sedução para Oldman.
Trama que mescla romantismo e suspense — o que está por trás das reais intenções da herdeira é que move o enredo — prende a atenção do espectador, que pode ser surpreendido com final desconcertante. Destaque para a interpretação de Geoffrey Rush e para a produção requintada e elegante: o movimento de câmera deixa o espectador embevecido com a riqueza dos objetos de cena.
Fotos: divulgação
4 Comentários
profelo
março 6, 2017 @ 17:35
Maravilhosamente enredado na imaginação e na subjetividade de quem o assiste. Requinte e bom texto são chave de ouro para brindar um filme de puro bom gosto! Amei
Maurício Mellone
março 7, 2017 @ 12:17
obrigado pela visita
Esta resenha postei há tempos!
Volte mais vezes
abr
Imad
julho 23, 2014 @ 21:47
Assisti hoje a esse belo filme, que parece ter sido feito sob medida para a elegância e o talento de Geoffrey Rush. As reviravoltas também me impressionaram positivamente. Ótima dica, Mau! Beijos
Maurício Mellone
julho 24, 2014 @ 09:00
Imad, querido
Que delícia receber seu comentário aqui, sempre pontual,
acrescentando informações e opinativo.
Muito obrigado pela força
bjs