De Maurício Mellone em agosto 21, 2018
Em sua estreia em longa-metragem, o ator Marco Pigossi interpreta um personagem real, o pistoleiro profissional Júlio Santana, que hoje vive recluso num sítio, mas é responsável por 492 assassinatos. Baseado no livro homônimo de Klester Cavalcanti, O nome da morte, filme de Henrique Goldman retrata o homem pacato, temente a Deus, pai de família e orgulho dos pais, que na verdade esconde o outro lado de sua vida, o de matador profissional, que incentivado pelo tio Cícero, vivido por André Mattos, também entra para este ‘ramo de atividade’. Como sempre teve ótima mira, Júlio recebe orientação do tio e se torna um matador de aluguel, profissional muito conhecido no interior do país. Ganhando muito dinheiro pelas mortes e usando o disfarce da farda de policial, Júlio vê sua vida mudar ao se apaixonar por Maria, papel de Fabiula Nascimento.
Com roteiro de George Moura, a trama começa com o jovem Júlio vivendo ao lado dos pais e dos irmãos mais novos na roça, quando recebem a visita de Cícero. O rapaz aceita o convite do tio para viver na cidade, onde logo é apresentado ao serviço; sem questionar os princípios da nova profissão, Júlio se empolga com o dinheiro que recebe por cada missão e assim vai se consagrando como um grande pistoleiro profissional.
Numa de suas viagens a trabalho a uma cidade mais distante, ele conhece Maria, que trabalha no bar do avô. Eles se apaixonam e logo se casam, tendo um garotinho. No entanto, Júlio mantém Maria afastada de sua real profissão, até o dia em que é surpreendido após um assassinato e é preso. Ao saber da prisão, Maria consegue libertá-lo por meio de suborno ao delegado, mas não perdoa o marido. Eles se afastam, mas Júlio promete arranjar emprego decente e ela cede. Entretanto, Júlio tem recaídas e, em função da falta de dinheiro, Maria aceita melhorar de vida até o dia em que sofrem um abalo familiar trágico.
Além de violento (o cineasta opta por letreiros que no decorrer da trama mostram o número de execuções do pistoleiro), o filme apresenta falhas no roteiro ao não aprofundar os momentos em que Júlio se arrepende e questiona a ética em que vive, além de não colocar em xeque a ascensão social do casal e muito menos questionar a atuação da polícia (como um pistoleiro mata tantas pessoas e não é descoberto) e o sistema corrupto da instituição policial. Porém, é preciso ressaltar a atuação dos atores, tanto de Pigossi, Fabiula e Mattos, como a participação de Matheus Nachtergaele, Toni Tornado, Augusto Madeira e Martha Nowill.
Fotos: divulgação
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