De Maurício Mellone em agosto 27, 2013
A fórmula não é original, mas mais uma vez o resultado é agradável e o espectador sai do cinema louco de vontade de comer alguma coisa gostosa, depois de assistir às delícias que a chef Hortense Laborie, vivida por Catherine Frot, prepara em Os Sabores do Palácio (Les Saveurs du Palais), filme de Christian Vincent .
A trama, baseada na história real de Danièle Mazet-Delpeuch, que foi cozinheira do presidente francês François Mitterand, é composta de dois momentos da vida da respeitada cozinheira. O filme começa com a chegada de Hortense ao arquipélago de Crozet, na Antártida, para chefiar a cozinha da base que a França mantém no local. Do acampamento e das instalações simples, as cenas são intercaladas com a suntuosidade do Palácio de Élysée, quatro anos antes, quando a chef é convidada a assumir a cozinha privada do presidente.
O roteiro — assinado pelo diretor Christian Vincent, pela chef Danièle Mazet-Delpeuch e por Etienne Comar — dá ênfase aos dois anos em que Hortense viveu no Palácio. Pega de surpresa pelo convite, ela é obrigada a deixar sua propriedade rural, onde cuida pessoalmente da plantação e dos animais, para servir o presidente. No começo ela sofre pressão dos demais cozinheiros do Palácio, que se sentem ameaçados e procuram, de forma machista, boicotar seu trabalho. No entanto, Hortense tem dois grandes aliados: primeiro o próprio presidente, interpretado por Jean d’Ormesson, que é apreciador da tradicional culinária francesa e de cara fica fã de suas receitas; e na cozinha ela conta com a criatividade e o respeito de seu assistente Nicolas Bauvois (Arthur Dupont), que não mede esforços para ajudá-la. Aos poucos Hortense consegue se impor e, graças aos seus deliciosos pratos, ganha confiança e respeito dos governantes.
Porém, além do meio machista e hostil, a chef tem de lidar constantemente com a inveja e as armadilhas que os bastidores do poder provocam. De alguns embates palacianos ela sai vitoriosa, em outros é obrigada a ceder até o momento que resolve abrir mão do cargo.
O que prende a atenção do espectador é o jogo que o diretor propõe, intercalando, sem qualquer tipo de indicação, os dois momentos de Hortense, no Palácio e na Antártida. E a elaboração dos pratos também aguça o paladar do público! A cena que me chamou a atenção é a que mostra a relação afetuosa que a chef mantém com os trabalhadores da base. A festa e o teatrinho, em que satirizam a vida da cozinheira, comovem tanto Hortense como todo o público.
História simples e muito bem contada. Catherine Frot foi indicada ao prêmio de melhor atriz do César 2013, considerado o Oscar francês.
Fotos: divulgação
2 Comentários
ELISABETE COSMO
agosto 27, 2013 @ 21:24
TD BEM COM VC^E AÍ APRENDEU FAZER ALGUM PRATO DELICIOSO DO FILME? ATÉ.
Maurício Mellone
agosto 28, 2013 @ 22:13
Bete, querida:
Quem me dera de aprender! rsrsrs
São pratos da alta culinária, sofisticados e ao mesmo tempo simples…
Mas meu dotes gastronômicos são bem mais rudimentares do q de uma chef q serviu o
presidente francês! rsrsrsr
Se vc puder assistir, tenho certeza q irá adorar. E vc sim vai aprender alguns
daqueles deliciosos pratos franceses!
bjs saudosos
E venha sempre me visitar, adoro este papo com meus ‘leitores’