Filme: Quase Memória, foto 1

Quase Memória: filme de Ruy Guerra é uma versão de romance de sucesso

De em abril 24, 2018

Filme: Quase Memória, foto 1

Charles Fricks e Tony Ramos vivem o jornalista Carlos Campos, protagonista da história

O sonho acalentado por anos pelo veterano cineasta Ruy Guerra — diretor de sucessos como Os Fuzis/1964, A Queda/1976, Ópera do Malandro/1986 e Kuarup/1989 — finalmente é realizado. Ele acaba de lançar o filme Quase Memória, adaptação do romance homônimo ganhador dos prêmios Jabuti e Livro do Ano da Câmara Brasileira do Livro, do jornalista e escritor Carlos Heitor Cony.

Com roteiro assinado pelo diretor em parceria com Bruno Laet e Diogo Oliveira, a trama parte do mote central do livro em que o jornalista Carlos Campos recebe um pacote subscrito com a letra do pai Ernesto, falecido há alguns anos. A partir deste embrulho que ele tem dúvida se deve ou não abrir, as lembranças e memórias de sua vida ao lado do pai vêm à tona. O diretor optou por apresentar Carlos em dois momentos, um mais velho, vivido por Tony Ramos, e outro mais novo, interpretado por Charles Fricks; ambos convivem no mesmo espaço, a casa do jornalista, durante um dia inteiro, e tentam decifrar as memórias que têm do pai, interpretado por João Miguel.

Filme: Quase Memória,foto 2

João Miguel interpreta Ernesto, pai de Carlos

Tanto o prólogo como o epílogo são rodados num pântano onde um sapo, que parece falar, tenta se locomover; em off ouve-se no início um texto sobre a estrutura da narrativa em que um mesmo homem estará dividido em dois e no final as considerações sobre o resultado das lembranças no desenrolar da vida. O tom geral de todo o filme é escuro, mesclando claros e sombras. Em flashs, os dois Carlos veem projetadas suas memórias numa grande janela da casa. Nestas imagens, o protagonista é sempre Ernesto, um homem de grande imaginação que vive às voltas com seus inventos, sempre apoiado por sua mulher Maria (Mariana Ximenes). Mais do que entender a figura do pai, os dois homens discutem no fundo o significado da memória.

 

Filme: Quase Memória, foto 3

Grande interpretação de Tony Ramos

O filme de Ruy Guerra retoma uma velha discussão sobre a adaptação de uma obra para outra linguagem; no caso específico um romance de grande sucesso ganhar uma versão cinematográfica. As adaptações são sempre muito difíceis de agradar, o grande público espera reviver as mesmas emoções já sentidas da primeira vez. Intento quase impossível de se obter. Com Quase Memória isto acontece: enquanto Cony traça um perfil detalhado de Ernesto e mostra forte ligação afetiva entre pai e filho, Guerra faz um filme hermético em que o pai parece um personagem caricatural e o que sobressai são as discussões entre os dois Carlos sobre memória. No entanto, a grande performance de Tony Ramos valoriza o filme.

 

Fotos: divulgação


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