Tetro: drama familiar pelas mãos do mestre Coppola

De em dezembro 14, 2010

Bennie (Alden Ehreinreich) e Tetro (Vincent Gallo) logo ao se reencontrarem

O mestre está de volta! Francis Ford Coppola esteve no Brasil para o lançamento de seu mais recente longa-metragem, Tetro. Em preto e branco e rodado na Argentina, o filme retrata a história e os mistérios da vida dos irmãos Tetroccini: Angelo (Vincent Gallo) um poeta que se refugiou na América do Sul e adotou o pseudônimo Tetro e Bennie (Alden Ehreinreich) que resolve passar o aniversário de 18 anos com o irmão.
Em entrevista durante o lançamento, Coppola admite que o roteiro traz muito de sua história pessoal. Ele admirava muito o irmão mais velho, mas o sucesso e a realização profissional vieram primeiro para ele. No filme, o pai e o tio dos garotos — ambos vivido pelo ator Klaus Maria Brandauer — são músicos, mas o sucesso como maestro regente de orquestra chegou primeiro para o pai deles. Graças ao êxito internacional, a família muda-se para Nova York. A tumultuada relação com o pai famoso faz com que Angelo rompa com a família: ele parte para Buenos Aires, onde muda seu nome (Tetro) e casa-se com a médica Miranda (Maribel Verdú), que o conheceu durante um tratamento no manicômio.
A história começa mesmo com a chegada de Bennie à Argentina: depois de abandonar a marinha, o garoto emprega-se num navio que, por problemas mecânicos, é obrigado a atracar em Buenos Aires. Ele deixa a embarcação para comemorar seu aniversário ao lado do irmão, que não vê há 10 anos e tanto venera.

Vincent Gallo vive o personagem que dá nome ao filme

Como em outros de seus filmes, como O Poderoso Chefão e Rumble Fish, Coppola retoma em Tetro as relações familiares. O irmão mais velho, muito em função dos traumas vividos com o pai, quer esquecer o passado, ao contrário de Bennie, que não conhece a verdadeira história da sua mãe e quer investigar suas origens. Sem que o irmão saiba, o garoto remexe velhos baús e descobre escritos e poemas que revelam o que tanto almeja. Sem Tetro saber, Bennie escreve uma peça teatral com os escritos do irmão e a inscreve para um festival na Patagônia. A peça é selecionada e, depois de brigas e discussões, todos vão para o evento. Os mistérios da família Tetroccini vêm à tona ao mesmo tempo em que a peça se desenrola no palco.
Além da beleza plástica que as cenas em preto e branco dão ao filme, Coppola ainda inverte a ordem natural da narrativa cinematográfica: o passado é mostrado com todas as cores enquanto o presente é retratado em P&B. Destaque ainda para a sensibilidade e beleza das cenas de dança mostradas no palco e para a participação especial da atriz Carmem Maura, musa de Pedro Almodóvar, que vive a crítica teatral Alone. As cenas finais dos dois atores são catárticas e o público se identifica e ao mesmo tempo se emociona com o lirismo e maestria de Coppola.
Fotos de divulgação


2 Comentários

Kiko Rieser

dezembro 14, 2010 @ 15:57

Resposta

Gostei do blog. Voltarei mais vezes. Quero muito ver esse novo Coppola. Depois que vir, venho aqui dialogar com seu texto. Abraços.
PS: Te respondi no meu blog

Maurício Mellone

dezembro 15, 2010 @ 16:04

Resposta

Kiko:
Que bom q vc gostou do blog; e volte mesmo para contar o q achou do filme do Coppola.
Vou voltar ao seu blog tb para continuarmos esse papo!
abr

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