DIREITOS IGUAIS

De em julho 22, 2010

Se pudesse definir o encontro dos blogueiros e twitteiros gays do último sábado, essa definição seria o slogan do título aí de cima, uma unanimidade entre os presentes. A discussão, no formato de uma grande roda, foi bem informal e todos puderam se expressar. Além da linguagem adotada pelos blogueiros, o primeiro
item do nosso bate papo, a questão política, com a vitória dos hermanos argentinos com a reforma da código civil do país vizinho — a conquista de direitos civis para o segmento LGBT, incluindo o casamento — tomou grande parte da reunião. O entusiasmo foi tamanho que saímos de lá com a intenção de unirmos os discursos numa linguagem coesa, incluindo uma logomarca. Em apenas três dias depois do encontro, houve uma série de contribuições dos participantes, desde veiculação de um programa na TV ou na net, até campanha publicitária que esclareça a população e a classe política sobre o que mais necessitamos.
Ou seja: DIREITOS IGUAIS.
Até o próximo encontro já agendado para agosto próximo, a rede social já articulada por nós blogueiros e twitteiros deve levantar uma pauta consistente para a discussão.
Esclarecer muito bem o conceito de casamento, desvinculando do ritual religioso, e ampliar a luta por direitos civis são os pontos centrais que defendemos.
Pessoalmente, sempre tive um pé atrás com a palavra casamento, talvez até por desconhecimento e ignorância sobre o termo legal. Já tive três grandes relacionamentos e nunca quis formalizar essas relações. E às vezes a gente nem percebe que estamos sendo tolhidos de alguns de nossos direitos elementares. Por isso, para escrever aqui, resolvi pesquisar no dicionário Houaiss o significado do temo direito civil:
“Corpo de leis e princípios que regem as relações de ordem privada entre os indivíduos, os aspectos referentes à pessoa, à propriedade e bens, e aos direitos e obrigações daí decorrentes.”
E Guilherme Lacombe, que mantém sua coluna na revista Brasileiros, lembrou ainda o artigo 5º da Constituição Federal:
“Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos
Art. 5º – Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.”

Parece tão óbvio que os direitos civis não são respeitados no Brasil, assim como na maioria dos países, já que a Argentina passou a ser a 10ª nação (primeira na América do Sul) a obter as garantias civis à população. Gostaria de ver os conservadores e religiosos (tanto católicos como evangélicos) se colocarem contra a IGUALDADE DE DIREITOS! Será que terão coragem de se posicionarem contra a garantia de direitos civis no Brasil? Quem viver verá!
Se minha intenção inicial era participar dos encontros de blogueiros e twitteiros para melhor lidar com essas ferramentas de comunicação e poder divulgar meus textos, agora passo a contribuir com uma causa muito maior e de grande relevância. Antevejo nas nossas reuniões o nascedouro de uma organização política séria e participativa que lutará pelas questões LGBT.

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2 Comentários

Rico

julho 29, 2010 @ 09:31

Resposta

Eu, diferente de vc, sempre gostei da palavra casamento (rs). Na verdade nunca saiu da minha cabeça que a relação deve ser vista como igual a qualquer outra relação. Se as pessoas querem ou não casar (ou se unir judicialmente) a decisão é delas. Isso foi bem mostrado no besteirol Sex and the City 2 de uma maneira bem exagerada mas como se fosse uma coisa totalmente normal e aceita por todos, com até crianças sem questionar nada da situação…não seria essa a situação ideial??
Quero ir na próxima reunião! E by the way…seu Blog está muito bom!!
xxx

Maurício Mellone

julho 29, 2010 @ 14:23

Resposta

Rico: Casar, se unir judicialmente, tanto faz a nomenclatura. Mas hoje no Brasil ainda isso
não é possível. Qdo conquistarmos esse direito, aí podemos ter a opção de casar ou não. Hoje não há essa
possibilidade…. obrigado pela força e não deixe de ir no próximo encontro!

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