Peça: Lampião e Lancelote, foto 1

Lampião e Lancelote: musical une o cangaço e a era medieval

De em março 22, 2013

Peça: Lampião e Lancelote, foto 1

Elenco do espetáculo, que tem na direção Debora Dubois, na direção musical Zeca Baleiro e na dramaturgia Braulio Tavares

Tendo como base o livro de Fernando Vilela, Braulio Tavares adaptou para o palco o espetáculo, que é um misto de música, poesia, prosa, farsa e melodrama. Lampião e Lancelote, que acaba de estrear Teatro do SESI com temporada prevista até final de junho, traz para a cena um encontro inusitado entre o melhor dos cavaleiros medievais da Távola Redonda do Rei Arthur, Lancelote, e o Rei do Cangaço brasileiro, o mestre Lampião. O espetáculo é ao mesmo tempo sofisticado — graças ao impactante cenário de Duda Arruk, os belos figurinos de Márcio Vinicius e a iluminação da diretora Debora Dubois — e popular: as canções típicas do Nordeste compostas especialmente por Zeca Baleiro empolgam a plateia, que embarca literalmente na história! Claro que este clima só é criado pela perfeita sintonia do elenco: são sete atores e dois músicos no palco, sem contar os músicos que participaram das gravações.

Peça: Lampião e Lancelote, foto 2

Cássio Scapin interpreta o narrador do musical, que traz em cena mais 6 atores e dois músicos

Cássio Scapin é o narrador e durante o espetáculo vai registrando tudo o que acontece e a trama vira uma grande história de cordel.

 

“Meu povo peço licença/
Para lhes apresentar/
um formidável duelo/
coisa de maravilhar,/
entre dois grandes heróis/
da arte de guerrear!”

É com esta música, Arauto, que o narrador dá início à história e à magia de reunir estes dois personagens: de um lado Lancelote (interpretado por Leonardo Miggiorin), o cavaleiro lendário do Rei Artur, e de outro o cangaceiro Virgulino, vivido por Daniel Infantini.

“Lampião existiu de verdade, mas a quantidade de histórias imaginárias contadas sobre ele talvez seja maior do que as verdadeiras. Já Lancelote é um personagem da lenda, mesmo que existam figuras históricas que lhe deram origem. Fernando Vilela imaginou o encontro destes dois num livro notável e nosso desafio em trazê-lo ao palco nos deu a possibilidade de projetar nesses personagens da lenda algumas emoções, ideias e pensamentos que nascem de nós, mas que este personagens aceitam e encarnam”, explica Braulio Tavares.

Mesmo retratando o universo hostil e bélico exercido pelos homens, a trama mostra o papel fundamental da mulher na vida dos heróis. Quem provoca a vinda de Lancelote para a caatinga nordestina é a bruxa Morgana (Vanessa Prieto), depois de ter sido desprezada por ele. E como é sabido, o rei do cangaço tinha como braço-direito sua companheira Maria Bontina (Luciana Carnieli).
De forma lúdica e poética é que acontece o embate entre os dois guerreiros; no entanto, como ambos lutavam por justiça e contra o mal, eles reconhecem a força e valentia de cada um e há a reconciliação:

 

“Aperte aqui minha mão,/
meu irmão na valentia!/
Você tem sua princesa,/
eu tenho minha Maria,/
todos somos uma nuvem/
de amor, bravura e magia.”

 

Autor do musical infanto-juvenil Quem tem medo de Curupira e completando 15 anos de carreira profissional, o cantor e compositor Zeca Baleiro está feliz com o resultado deste trabalho:

“Nosso espetáculo é herdeiro de uma linhagem de musicais de raiz brasileira, como as chanchadas e o teatro de revista. Num tom lúdico, brejeiro e poético, o musical traz encantamento e reflexão, é belo, genuíno e essencialmente brasileiro”,  define o compositor maranhense.

 

Peça: Lampião e Lancelote, foto 3

Elenco rodeado da diretora Debora Dubois

Sem dúvida, em 70 minutos, Lampião e Lancelote é uma história simples e bem contada, que envolve a todos. No final, os atores agradecem e junto com os espectadores cantam e dançam Hoje vai ter forró, uma das músicas da trilha. O espetáculo fica em cartaz até 30 de junho e o melhor, a preços populares (quinta e sexta com entrada franca!)

Fotos: João Caldas


4 Comentários

Miriam

março 27, 2013 @ 08:23

Resposta

essa peça eu tenho muita vontade de ver.

Maurício Mellone

março 27, 2013 @ 16:57

Resposta

Miriam:
Não deixe de assistir: uma bela e simples história (baseada no livro do Fernando Vilela)
contada de maneira sublime!
Não perca!
bjs

Z.A. Feitosa

março 23, 2013 @ 01:42

Resposta

Obrigado pelo toque, mestre.
Saudações e êxitos.

Maurício Mellone

março 24, 2013 @ 19:44

Resposta

Feitosa:
meu amigo, vc vai adorar o espetáculo.
O cangaço, tão bem descrito em seu livro (já resenhado aqui no blog),
ganha um vigor todo especial no palco.
Não deixe de assistir, vc vai adorar!
abrs

Deixe comentário

Deixe uma sugestão

Deixe uma sugestão

Indique um evento

Indique um evento

Para sabermos que você não é um robô, responda a pergunta abaixo: