A Baleia: pela obesidade, filme discute questões das relações humanas

De em março 7, 2023

 

Brendan Fraser interpreta Charlie, o protagonista do filme dirigido por Darren Aronofsky

 

 

No próximo domingo, dia 12 de março, na cerimônia do Oscar/2023, o ator Brendan Fraser pode receber a estatueta de melhor ator. Mais do que merecido, graças a sua atuação em A Baleia/ The Whale — em cartaz no ETC Moviemax —, em que interpreta o professor Charlie, vítima de obesidade mórbida e que em seus últimos dias de vida deseja se redimir e reatar sua relação com a filha Ellie, vivida por Sadie Sink.

 

 

 

Como Liz, Hong Chau foi indicada ao Oscar

 

Com outras duas indicações ao Oscar (atriz coadjuvante para Hong Chau e maquiagem), o filme — dirigido por Darren Aronofsky e inspirado na peça homônima de Samuel D. Hunter, que assina o roteiro —, mais do que focar na obesidade do personagem, traz à tona uma série de questões das relações humanas, como a homossexualidade, relação familiar, seitas religiosas e homofobia.

 

 

 

 

 

 

 

 

Charlie (Fraser) é professor e compulsivo alimentar

 

O filme é passado praticamente na sala do apartamento de Charlie, que dá aulas online de língua inglesa, sempre com a câmera desligada para que os alunos não vejam sua aparência. Ele recebe somente a visita de Liz (Hong Chau), a enfermeira e amiga que tenta de todas as formas convencê-lo a se internar num hospital. No entanto, Charlie sabe que está em fase terminal e deseja rever seu passado, principalmente sua relação com a filha.

 

 

 

 

 

 

 

 

Sadie Sink vive a adolescente Ellie

 

A chegada da adolescente desencadeia profundas alterações na trama: o espectador sabe o que levou Charlie a engordar em demasia. Quando sua filha tinha 8 anos, ele se apaixona por um rapaz e abandona o lar. Os dois vivem uma linda história de amor, mas com a morte precoce do namorado Charlie não supera o trauma e passa a ser um compulsivo alimentar.

 

 

 

 

 

 

Outro personagem que interfere no cotidiano de Charlie é Thomas (Ty Simpkins), que se dizendo missionário de uma seita religiosa começa a frequentar o apartamento do professor com o objetivo de doutriná-lo. Tanto Liz como Ellie desconfiam do rapaz, que ao ser pressionado deixa vir à tona sua verdadeira face homofóbica e preconceituosa.
A ação é marcada pela passagem do tempo: dia a dia Charlie apresenta pioras e deixa claro que seu único desejo é se reconciliar com a filha:

 

 

“ Eu preciso saber que fiz uma única coisa certa na minha vida inteira.”

 

Sem dúvida o filme provoca inúmeras reações no público, que se vê diante de problemas sérios, como a compulsão alimentar que pode ser vista como suicídio, a difícil relação entre marido e mulher e filha depois da separação do casal, o abandono do lar, o luto pela perda do ente amado, assim como homofobia e preconceito proferidos por seitas religiosas conservadoras. Confesso que tive dificuldade em assistir as cenas das crises de compulsão alimentar de Charlie.

 

 

 

 

 

 

 

Além de um roteiro que suscita questionamentos profundos, a interpretação de Brendan Fraser é o grande destaque do filme: afastado do cinema há anos, o ator retoma a carreira em grande estilo. É grande a torcida para que no domingo leve a estatueta de melhor ator.

 

 

 

 

 

 

 

 

Fotos: divulgação

 


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