Louco e encantador amor de Yves Saint Laurent e Pierre Bergé

De em dezembro 27, 2010

Yves Saint Laurent e Pierre Bergé já consagrados pelo mundo da moda

O estilista francês Yves Saint Laurent revolucionou a moda e influenciou os costumes da sociedade européia e mundial por décadas. Seu nome será lembrado como um dos grandes ícones do século 20. O documentário O Louco Amor de Yves Saint Laurent, que marca a estréia na direção de Pierre Thoretton, não só faz uma homenagem ao revolucionário estilista como mostra os bastidores de sua carreira e, principalmente, revela sua relação amorosa com Pierre Bergé, seu companheiro e sócio da marca Yves Saint Laurent Couture House.
O filme não é dirigido aos especialistas em moda. É óbvio que os “fashionistas” devem vibrar com os desfiles das coleções de Yves Saint Laurent dos anos 60 (ainda tão atuais) e suas criações que marcaram época, como a coleção dedicada ao prét-a-porter e peças hoje clássicas, como o smoking feminino. No entanto, o documentário mexe com as emoções; o filme começa com o discurso do estilista antes da apresentação da coleção 2002, quando anunciou sua despedida das passarelas. Em seguida. Pierre Bergé passa a narrar em primeira pessoa e o tom emocional só se intensifica. O companheiro de vida relembra momentos cruciais da carreira do estilista e ao mesmo tempo organiza o leilão das obras de arte que o casal colecionou durante 40 anos. Após a morte de Yves em 2008, Bergé resolve se desfazer dos objetos de arte, já que seu grande amor também já havia partido. Mesmo estando separados desde 1976, ambos permaneceram juntos, tanto que Bergé confessa que foi ele que fechou os olhos de Yves!

Yves e Bergé quando o estilista anunciou o fim da carreira

E ninguém melhor que o companheiro de vida para revelar o verdadeiro estado de espírito do artista, que se envolveu com álcool, drogas e vivia na maioria das vezes em depressão. A definição de Bergé para a personalidade de Yves me chamou a atenção: o artista é aquele que mantém a sua vida pessoal em paralelo à vida real. E o mundo de Yves Saint Laurent não era de glamour e esplendor que ele mostrava nas passarelas. Sua realidade era cinza, melancólica e invariavelmente só. As drogas e o álcool somente o ajudavam a se livrar do real.
Destaque para a trilha sonora de Côme Aguiar, que pontua as cenas em que há movimentação na mansão do casal com a retirada dos objetos que foram leiloados. O depoimento de Bergé em diversos momentos é emocionado, o que revela seu profundo amor por Yves. Como em outro documentário que já comentei aqui no blog (José e Pilar), O Louco Amor de Yves Saint Laurent mais do que homenagear o estilista francês é o registro da belíssima história de amor entre Yves e Bergé.

Fotos de divulgação


6 Comentários

Pedro Cordeiro

janeiro 11, 2011 @ 15:15

Resposta

Querido Mau ( o único Mau querido)
Suas observções sobre o documentário de Yves e Pierre me deixam com muita vontade de assistir esse louco e me parece encantador filme.
Através de sua sugestão vi José e Pilar e me encantei. Depois de Yves te mando minhas impressões…
Beijos do amigo e leitor Pedro Cordeiro

Maurício Mellone

janeiro 11, 2011 @ 16:23

Resposta

Pedro:
Os dois documentários são mesmo edificantes e nos dão esperanças do amor na fase
mais avançada da vida!
No dos franceses, fica evidente que o amor de Pierre e Yves é eterno; o mesmo
com Pilar e José!
bjs e volte sempre

Zedu Lima

janeiro 4, 2011 @ 17:40

Resposta

Maurício:

O que me encantou nesse documentário foi a ternura com que Pierre Bergé se refere ao seu companheiro de tantos anos. Em nenhum momento, embora seja o narrador, ele se posiciona como protagonista, legando ao outro um papel coadjuvante; em nenhum momento ele ofusca Ives Saint Laurent, que já estava morto. Fica evidente uma parceria compartilhada no amor – com seus problemas, a soma difícil de duas personalidades e dois comportamentos diferentes, enfim, juntar pacificamente as idiossincrasias de cada um – e na vida e no trabalho. Esse sentimento não encontrei em algumas sequências de José e Pilar. Em alguns momentos, talvez em consequência de sua personalidade exuberante e altiva, a Pilar rouba a cena, colocando o Saramago de escanteio. Naquela seqüência em que insiste em ser chamada de Presidenta é de irritar qualquer repórter.
Tanto ela como Bergé desempenharam o mesmo papel, ou seja, o de organizar o trabalho de seus parceiros artistas, de colocar ordem na passarela e nos livros. É comovente o desapego de Bergé ao doar os ‘filhos’ (a coleção de artes), já que um dos pais não estava mais presente.
Cinematograficamente, reconheço que José e Pilar é mais dinâmico, mas me emocionei mais com o amor à francesa.
bjs
Zedu

Maurício Mellone

janeiro 4, 2011 @ 17:44

Resposta

Zedu:
Adorei que vc fez a mesma junção que eu, o documentário sobre Saramago e
esse sobre Yves Saint Laurent.
Emocionei-me com ambos, mas concordo que a relação de amor dos franceses
me tocou mais; não que o sublime amor do escritor português pela tradutora
espanhola não tenha me fascinado!
Obrigado pela força e venha sempre me visitar por aqui!
bjs

Hamilton

dezembro 29, 2010 @ 17:53

Resposta

Querido:
Ainda não vi, mas vai pro topo da lista daqueles filmes que preciso ver.
Brigadão pela recomendação.
(ps: adorei o texto).Instigante.

Maurício Mellone

janeiro 3, 2011 @ 14:53

Resposta

Hamilton:
Não deixe de ir assistir a esse filme: é emocionante!
bjs

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