De Maurício Mellone em janeiro 30, 2012
Já nas primeiras cenas de Os Descendentes, em off, o advogado Matt King, vivido pelo charmoso e talentoso George Clooney, informa que mesmo vivendo num paraíso, o belíssimo arquipélago do Havaí, sua vida não é o que se poderia chamar de mar de rosas. Pelo contrário: está no meio de um turbilhão emocional. No hospital, às voltas com a recuperação da esposa que sofreu um acidente náutico e está em coma profundo, ele precisa recuperar o tempo que perdeu com as filhas. Confessa ter sido um pai ausente e agora necessita delas para dar prosseguimento à vida; no entanto não sabe por onde começar. Alexandra (Shailene Woodley) está no colégio interno depois de uma briga que teve com a mãe e a caçula Scottie (Amara Miller) é quase uma desconhecida para ele.
Se não bastasse este drama dentro de casa, Matt ainda é o responsável pela venda de um terreno magnífico, herança familiar, que envolve a vida de todos os primos. Com interesses os mais diversos, a venda pode interferir na vida de toda a comunidade local. Ganhador de dois Globo de Ouro (filme e ator para Clooney), o filme concorre a cinco estatuetas do Oscar — (filme, direção, ator, roteiro adaptado e edição).
O martírio de Matt não acaba aí. A esposa havia deixado um testamento em que pede para que, em caso de acidente, não mantê-la viva por aparelhos. Os médicos afirmam que não há nada mais a fazer. Matt, então, resolve avisar amigos e familiares que se despeçam dela antes de desligar os aparelhos. É neste exato momento que Alexandra conta ao pai a razão de sua discussão com a mãe: Matt estava sendo traído. Pronto, o mundo do bem-sucedido advogado entra em colapso. Ele é obrigado a rever todos os valores de sua vida; passa por cima de seu ciúme e orgulho próprio e começa a investigar o relacionamento da esposa com o amante.
O roteiro, assinado pelo diretor e por Nat Faxon e Jim Rash, é muito bem construído e a cada cena o espectador vai conhecendo um pouco mais da personalidade de Matt King, numa composição brilhante de Clooney. A construção da relação do pai com as filhas envolve o público e emociona, sem apelo melodramático ou piegas. A traição amorosa também chamou minha atenção pelo viés da discussão.
Fotos: divulgação
2 Comentários
Antonio Jorge Sousa
julho 9, 2023 @ 07:07
Apesar de não ter assistido ainda o filme por completo, ( pois conheci o conheci através do “cine corujão*) após despertar involuntariamente e ligar a tv que exibia o final do filme no momento. Mesmo tendo assistido apenas está última cena, consegui visualizar uma excelência história .
Parabenizo de forma insofismável resumo do filme descrito pelo senhor Mauíício Mellone , que aguçou em mim o desejo de assistir o referindo filme integralmente ,
Maurício Mellone
julho 9, 2023 @ 09:27
Antonio Jorge:
Obrigado pelo elogio e incentivo.
Minhas resenhas têm esta intenção, aguçar a vontade do
leitor/internauta a assistir (a filmes, peças e shows),
a leres os livros e irem às exposições.
Fico feliz q vc tenha se interessado pelo filme;
um abraço, volte outras vezes, vou gostar muuito.